quarta-feira, 5 de junho de 2013



Acordei cedo como sempre, lavei o rosto, amarrei o cabelo, peguei a marmita e corri ao escutar a buzina do caminhão que veio me buscar, como sempre faço de segunda a sába

Relato de experiencia vivida*

MARCAS DA INFÂNCIA
Parece muito simples aprender a escrever, não é mesmo? Mas nem tudo é realmente como parece ou como gostaríamos que fosse. Só o fato de escrever a palavra “simples”, me leva de volta ao início de minhas atividades na escola. Lembro, como se fosse hoje, quando entrei na sala de aula e pousei meus olhos naquela senhora alta e magra com uma grande régua de madeira em uma das mãos. Senti um grande arrepio, pois ela fixou os olhos em mim e mandou que me sentasse na primeira fila com uma voz bastante rude. A sala não era muito grande e a turma se resumia a doze alunos no máximo. Ficamos todos ali sentados, completamente estáticos, pois todos comentavam que ela era muito má. Tive a certeza de sua maldade quando peguei, pela primeira vez, em sala de aula, meu lápis para executar uma tarefa imposta por ela: fazer um desenho. Sem que eu pudesse perceber levei uma regüada bem forte em cima de meus pequenos dedos, pois segundo ela, eu havia utilizado o lápis com a mão errada: a esquerda. Lembro que chorei muito, mas não desisti. No dia seguinte meu pai foi até a escola reclamar com a diretora e, em seguida, na antiga Delegacia de Ensino, resultando na exclusão desta tão odiada professora do quadro de funcionários da escola e da vida de todos os alunos que temiam suas maldades. A partir daí, só tive alegrias! Minha nova professora se chamava Maria Amélia e era uma pessoa encantadora: tinha longos cabelos louros e o par de olhos mais azuis que eu vira. Sempre muito carinhosa, nos aguardava na entrada do portão da escola com largo sorriso nos lábios que iluminava todo o seu rosto. Agachava-se para cada um de nós e nos retribuía o beijo dado com muita afeição. Eu podia sentir através daquele beijo o carinho e a sinceridade dela! Agora eu me sentia em casa, pois o medo que outrora me fazia pensar em não ir à escola, havia sumido e a cada dia que passava não via a hora de ir novamente para a escola. Todos os dias, a aula era iniciada com uma pequena oração de agradecimento por tudo o que havíamos realizado e, eu sempre incluía na minha um agradecimento especial pelo fato de merecer o seu carinho e atenção. Seus ensinamentos foram tão importantes para mim. Quando começou a nos ensinar as vogais, o fazia de uma forma tão gostosa que fiz uso do mesmo método para ensinar minha sobrinha: grandes cartazes coloridos com as letras decoradas exemplificadas com bichos e frutas. Para mim, era prazeroso ir pra aula, pois sabia que ela estaria lá, a minha espera! No início, ficavam impressos no papel alguns garranchos que nem mesmo eu decifrava, mas a professora era tão maravilhosa que quando dei por mim estava escrevendo! Hoje, recordo com carinho das palavras incentivadoras daquela mulher simpática e carinhosa. A maneira como ela conduzia suas aulas era tão acolhedora que, quando a aula chegava ao final, todos, sem exceção, ficavam ansiosos pelo dia seguinte. Foi tão fácil aprender a escrever, que hoje não recordo quando isso aconteceu e graças a profe. Maria Amélia, como a chamávamos, ficou gravado em minha memória para sempre!
Autora: Ana Maria da Silva Mesquitad6o.

Torço para que o domingo chegue logo, para ficar em casa, dormir até mais tarde, balançar-me na rede até cansar. Ah, como é bom ficar em casa, fazer as coisas Relatossvagarorsamente, olhar o rosto do meu filho, sentar e brincar com ele.Se o tempo colaborar podemos até tomar no rio.
Todos os dias quando dou-lhe beijinhos de despedida fico com o coração apertado, pois sinto que vou deixa-lo só. Depois penso que ele não estará sozinho, minha mãe sempre o busca quando ele acorda.Ela prepara o café da manha para ele com aquele carinho especial de vó e o leva para sua casa.
A tarde ele vai para creche e pode brincar com os amiguinhos.Gosto dessa creche, pois eles entendem que criança precisa brincar e não p

Relato de experiencia vivida*

Bóia fria
Acordei cedo como sempre, lavei o rosto, amarrei o cabelo, peguei a marmita e corri ao escutar a buzina do caminhão que veio me buscar, como sempre faço de segunda a sábado.

Torço para que o domingo chegue logo, para ficar em casa, dormir até mais tarde, balançar-me na rede até cansar. Ah, como é bom ficar em casa, fazer as coisas vagarosamente, olhar o rosto do meu filho, sentar e brincar com ele.Se o tempo colaborar podemos até tomar no rio.
Todos os dias quando dou-lhe beijinhos de despedida fico com o coração apertado, pois sinto que vou deixa-lo só. Depois penso que ele não estará sozinho, minha mãe sempre o busca quando ele acorda.Ela prepara o café da manha para ele com aquele carinho especial de vó e o leva para sua casa.
A tarde ele vai para creche e pode brincar com os amiguinhos.Gosto dessa creche, pois eles entendem que criança precisa brincar e não preocupasse em fazer trabalhinhos Passo o dia trabalhando na lavoura, faço de tudo, não podemos parar, temos que mostrar serviço o tempo todo. Hoje o dia foi longo, estava muito quente e tudo fica mais difícil quando se trabalha exposto ao sol.
Bibi! Ouço a buzina do caminhão nos chamando para voltar, que maravilha! Todos correm, mesmo estando exaustos, correm para encontrar um lugarzinho para sentar durante a viajem de volta. Sacolejando na carroceria do caminhão, lá vamos nós, finalmente para casa.
Um ônibus escolar passa por nós e alguns jovens gritam: _ Aí bando de miseráveis analfabetos!
Pensei, que é exatamente como me sinto: miserável. Faço um trabalho que ninguém valoriza, sei que meu trabalho é importante e necessário, mas isso não importa agora, não quero mais esta vida para mim.
Essa vida de bóia fria é dura e cruel, trabalhamos de sol a sol, ganhamos pouco, não temos nenhuma estabilidade, é um trabalho temporário, somos contratados para trabalhar na lavoura no período de safra, depois disso estamos sem emprego e nos sujeitamos a fazer o que aparecer para termos comida em casa.
Preciso procurar outro emprego, afinal este foi o primeiro que apareceu e como ele consome todas horas de meu dia, não sobra tempo nem ânimo para procurar algo melhor.
Amanhã não vou trabalhar, procurarei outro emprego . Na manhã seguinte acordei mais tarde, escutei o caminhão passar, virei para o lado e continuei dormindo. Minutos depois acordei assustada, pareceu que havia passado horas, que nada, foram só alguns minutos.
Antes de pegar no sono novamente achei melhor pular da cama , tomar banho e ir a procura de um emprego melhor...
Alguns dias se passaram até eu encontrar um emprego bom. Fui contratada por um pequena empresa que assinará minha carteira e terei todos os direitos garantidos: décimo terceiro, férias, abono família...
Estou muito feliz, pois agora posso ter uma vida mais tranqüila, trabalho oito horas por dia, posso buscar meu filho na creche no final do tarde e tenho a possibilidade de estudar a noite, pois este novo emprego não me cansa tanto e chego ao final do dia com muita disposição.
Este novo emprego me fez sentir valorizada enquanto cidadã, pois agora tenho todos os direitos trabalhistas garantidos, posso estudar, tenho tempo para o lazer nos finais de semana.
Autora: Nádia L.B. da Rosareocupasse em fazer trabalhinhos Passo o dia trabalhando na lavoura, faço de tudo, não podemos parar, temos que mostrar serviço o tempo todo. Hoje o dia foi longo, estava muito quente e tudo fica mais difícil quando se trabalha exposto ao sol.
Bibi! Ouço a buzina do caminhão nos chamando para voltar, que maravilha! Todos correm, mesmo estando exaustos, correm para encontrar um lugarzinho para sentar durante a viajem de volta. Sacolejando na carroceria do caminhão, lá vamos nós, finalmente para casa.
Um ônibus escolar passa por nós e alguns jovens gritam: _ Aí bando de miseráveis analfabetos!
Pensei, que é exatamente como me sinto: miserável. Faço um trabalho que ninguém valoriza, sei que meu trabalho é importante e necessário, mas isso não importa agora, não quero mais esta vida para mim.
Essa vida de bóia fria é dura e cruel, trabalhamos de sol a sol, ganhamos pouco, não temos nenhuma estabilidade, é um trabalho temporário, somos contratados para trabalhar na lavoura no período de safra, depois disso estamos sem emprego e nos sujeitamos a fazer o que aparecer para termos comida em casa.
Preciso procurar outro emprego, afinal este foi o primeiro que apareceu e como ele consome todas horas de meu dia, não sobra tempo nem ânimo para procurar algo melhor.
Amanhã não vou trabalhar, procurarei outro emprego . Na manhã seguinte acordei mais tarde, escutei o caminhão passar, virei para o lado e continuei dormindo. Minutos depois acordei assustada, pareceu que havia passado horas, que nada, foram só alguns minutos.
Antes de pegar no sono novamente achei melhor pular da cama , tomar banho e ir a procura de um emprego melhor...
Alguns dias se passaram até eu encontrar um emprego bom. Fui contratada por um pequena empresa que assinará minha carteira e terei todos os direitos garantidos: décimo terceiro, férias, abono família...
Estou muito feliz, pois agora posso ter uma vida mais tranqüila, trabalho oito horas por dia, posso buscar meu filho na creche no final do tarde e tenho a possibilidade de estudar a noite, pois este novo emprego não me cansa tanto e chego ao final do dia com muita disposição.
Este novo emprego me fez sentir valorizada enquanto cidadã, pois agora tenho todos os direitos trabalhistas garantidos, posso estudar, tenho tempo para o lazer nos finais de semana.Autora: Nádia L.B. da Rosa

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