quarta-feira, 30 de outubro de 2013


QUARTA-FEIRA, 2 DE OUTUBRO DE 2013

Narrativa de Aventura - Análise Textual

EMEF Prof. Fernando Pantaleão
Língua Portuguesa – Narrativa de Aventura- 7º Ano – 4º Bimestre 2013

                                  Leitura e Análise Textual – Fragmentos de Júlio Verne



                Você lerá a seguir trechos de dois capítulos do livro Viagem ao centro da Terra de Júlio Verne.
                Esse livro conta a história do professor Otto Lidenbrock, que descobre, lendo um antigo pergaminho, que pela  cratera de um vulcão, localizado na Islândia, seria possível chegar ao centro da Terra e explorá-lo.
                O professor e seu sobrinho Axel partem , então, da Alemanha rumo à Islândia. Lá se juntam a Hans, um guia islandês e, em 23 de junho de 1863, iniciam uma expedição no interior do vulcão.

• Como você imagina que seria uma viagem ao centro da Terra?
• O que o título abaixo sugere que vai acontecer nessa história?

                                                       Desespero e Escuridão

                [...]
                Tudo corria bem, até que algo muito grave aconteceu comigo. Foi assim: no dia 7 de agosto, atingimos um trecho do túnel que era pouco mais inclinado. Eu ia na frente, seguido por meu tio. De repente, ao me virar, estava sozinho. Talvez tivesse andado muito depressa e resolvi voltar para alcançar meus companheiros. Andei durante quinze minutos e não os encontrei. Chamei por eles e não obtive resposta. Andei mais meia hora. Um silêncio medonho reinava nagaleria. Lembrei-me do riacho. Bastaria voltar acompanhando seu curso, e certamente encontraria a pista dos meus companheiros. Abaixei-me para tocar a água e descobri que estava tudo seco. O córrego havia sumido.
                Entrei em desespero. Morreria de sede e fome! O córrego devia ter seguido outro caminho. Não havia uma única pista para poder voltar. Eu estava perdido nas entranhas da terra.
                Tentei pensar em outras coisas, como a nossa casa em Hamburgo, minha querida Grauben, meu tio, que a essa altura devia estar desesperado à minha procura. Rezei para encontrar uma saída.
                Eu ainda tinha alimento e água para três dias. Precisava fazer alguma coisa, mas não sabia se devia subir ou descer. Resolvi subir. Precisava encontrar o córrego.
                Subi, mas não reconheci o caminho. Tive certeza de que aquela galeria não me levaria a lugar nenhum. Desesperado, sem enxergar direito e muito nervoso, bati contra uma parede e caí.
                Algum tempo depois, acordei perdido num labirinto de curvas. Minha lanterna estava amassada, com a luz fraca. A qualquer momento, poderia se apagar. Meu desespero aumentou. Comecei  a correr naquele labirinto sem saída, chamando, gritando, uivando, batendo contra as rochas. Depois de algumas horas, caí novamente e perdi a consciência.
                Quando recobrei os sentidos, percebi que estava machucado. Nunca senti uma solidão tão grande em toda a minha vida. Ia desmaiar novamente, quando ouvi um ruído forte em algum lugar daquele abismo. Talvez fosse a explosão de algum gás ou uma pedra caindo. Depois o silêncio voltou a reinar.
                Encostei o ouvido na muralha e escutei palavras incompreensíveis ao longe. Seria uma alucinação? Prestei atenção e ouvi novamente um murmúrio. Eram vozes humanas!
                Só podem ser meu tio e Hans. Se eu os ouvia, certamente eles me ouviriam também.
                — Aqui! Aqui! — gritei com todas as minhas forças.
                Não obtive resposta. Encostei meu ouvido na pedra de novo e, dessa vez ouvi meu nome bem claro! Era meu tio quem o pronunciava. Eu não tinha tempo a perder. Se eles se afastassem, talvez não me ouvissem mais. Cheguei bem perto da muralha e gritei da forma mais clara possível:
                — Tio Lidenbrock!
                Passaram-se alguns segundos, que pareciam séculos, e então ouvi:
                — Axel, Axel! É você?
                — Sim, sou eu — respondi.
                — Onde você está?
                — Perdido, na mais completa escuridão! Minha lanterna quebrou e o córrego desapareceu.
                — Tenha coragem! Não se desespere, Axel!
                Calculando o tempo que o som levava para ser ouvido, descobrimos a distância que nos separava. Segundo o meu tio, que estava numa enorme caverna, da qual partiam diversas galerias , eu deveria descer para encontrá-los.
                — Ande, se for preciso arraste-se, escorregue pelas rampas e você vai nos encontrar no fim do caminho. Venha, meu filho, venha!
                Essas palavras me reanimaram. Parti ao encontro deles cheio de esperança. Minhas forças estavam no fim. Eu só conseguia me arrastar. A galeria inclinada me conduziu a uma velocidade assustadora. Escorreguei pelas pedras, em poder me segurar em parte alguma , até bater a cabeça em uma rocha e perder os sentido mais uma vez.

                                            A recuperação de Axel

                Quando abri os olhos, meu tio estava cuidando de mim. Ao perceber que eu tinha acordado, soltou um grito de alegria:
                — Ele está vivo! Está vivo!
                —Estou...
                Hans veio me cumprimentar.
                — Tio, que horas são, que dia é hoje, onde estamos?
                — Hoje é domingo, 9 de agosto, e são onze horas da noite. Agora, chega de perguntas. Você está muito fraco.
                Meu tio tinha razão. Eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Precisava descansar.
                [...]

                                                                            Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. P29-32

Linha e Entrelinha

1. No primeiro capítulo dos livro Viagem ao centro da Terra, Axel, chamado ao escritório do professor Lindenbrock, presencia o momento em ele encontra um pergaminho revelador. Veja como foi.

O pergaminho misterioso
                [...] Ao entrar em seu escritório, encontrei-o mergulhado na poltrona de veludo, admirando um livro. [...]
                —Que livro! Que livro! — gritava [...]
                Enquanto o professor falava, empolgado, um papel escorregou do livro e caiu no chão
                — O que é isso?! — surpreendeu-se ele.
                Era um pergaminho antigo. Observando o documento com interesse, o professor comentou:
                — Está escrito em islandês antigo! Quem será que o escreveu? O que pode significa?

                                                                           Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. p. 4-5.

a. O que é um pergaminho? De que é feito? Se necessário consulte um dicionário para responder.
b. Atualmente as pessoas escrevem em pergaminhos? Por quê?

2. Uma das personagens do livro é também o narrador da história.

a. Que personagem do texto narra a história?
b. Transcreva a frase do primeiro parágrafo na qual se descobre quem é o narrador.

3. O início da exploração acontece na cratera de um vulcão extinto.

a. O que significa dizer que um vulcão está extinto?
b. Você teria coragem de entrar na cratera de um vulcão extinto? Comente.

4. Em relação ao tempo , responda.
a. Em que dia o professor Lidenbrock, Axel e Hans entraram na cratera do vulcão, na Islândia?
b. Em que Axel se perdeu?
c. Há quanto tempo os três estavam no interior dói vulcão? Copie a resposta no caderno.

. 1 mês e meio         .  menos de 1 mês    .      mais de dois meses

5. Axel desmaiou três vezes. O que o fez desmaiar em cada uma das vezes?

6. Por que o desespero de Axel aumentou ao ver que a lanterna estava danificada?

7. O professor Lidenbrock anotava em um diário tudo o que acontecia na viagem.

a. O que você imagina que ele anotou a respeito do desaparecimento de Axel nos dias 7 e 8 de agosto? Faça as anotações no caderno como se fosse o professor Lidenbrock.
b. Se Axel tivesse um diário, o que ele teria escrito nesses dois dias? Faça as anotações no caderno como se fosse Axel.

8. Por que o professor Lidenbrock solicitou a Axel que descesse a rampa em vez de ir ao local em que o sobrinho estava?

9. Por que o título do primeiro capítulo é “Desepero e escuridão”?

10. Se você fosse dar um título geral para essa história, referente aos dois capítulos, que título daria? Justifique.

11. O professor Lidenbrock e Hans foram  solidários e procuraram por Axel até localizá-lo. Você já foi solidário com alguém? Em que situação?



QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013


Narrativa de aventura - Análise textual


EMEF Prof. Fernando Pantaleão
Língua Portuguesa – Leitura e Análise Textual – Narrativa de Aventura
7º Anos  - 4º Bimestre / 2013

No livro Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, conta-se que, em 1866, correu o mundo uma história sobre a existência de um monstro gigantesco que habitava o fundo do mar e causava danos às embarcações. O que não se sabia é que, na realidade, tratava-se do submarino Nautilus, onde viviam o capitão Nemo e alguns companheiros.
Ao tentar capturar esse monstro, alguns tripulantes de um navio caem no mar e são salvos pelo capitão Nemo. São eles: o professor Aronnax, seu ajudante e Conselho e Ned  Land, um pescador de baleias. No Nautilus, eles acabam realizando uma fantástica viagem submarina.

.  Veja a ilustração  do filme Vinte mil léguas submarinas de Walt Disney. Que monstro aparece em destaque?





.  Será que essa criatura oferece perigo ao submarino e seus tripulantes?

O  ataque dos polvos

            O Nautilus navegava com rapidez. Ultrapassamos o círculo polar e, no dia seguinte, avistamos uma coisa a oeste. Era a Terra do Fogo, na extremidade da América do Sul. Submergimos e continuamos a seguir para o norte, pelo oceano Atlântico. No dia 20 de abril, chegamos à altura das Antilhas. Navegávamos a uma profundidade de mil e quinhentos metros. Conselho, Ned e eu observávamos o fundo do mar, pela vidraça do salão. De repende, Ned exclamou:
            —Vejam! Que monstro horrível!
            Olhei para onde ele apontava e assustei-me. Diante de meus olhos agitava-se um polvo de tamanho colossal, nada menos que oito metros de comprimento. Seus oito braços contorciam-se com violência. No centro, destacavam-se da cabeça duas mandíbulas medonhas, que lembravam um gigantesco bico de papagaio.
            O Nautilus avançava devagar e o monstro acompanhou-nos.
            —Lá estão outros! — gritou Conselho.
            Mais seis monstros juntaram-se ao primeiro. Vez por outra, um deles investia contra nós.
            Ouvíamos o estalido de seu bico no casco de metal.
            De repente, sentimos um choque. O ruído da hélice cessou. Passou-se um minuto e entrou o capitão Nemo, acompanhado de seu imediato. Não nos cumprimentou. Foi direto até a vidraça e observou os polvos. Disse algumas palavras ao imediato e este saiu.
            — Ótima  coleção de monstros temos aqui — eu disse ao capitão.
            — É verdade — respondeu ele — , e vamos combatê-los corpo a corpo.
            — Corpo a corpo? — repeti.
            — Sim, professor. A hélice está presa. Parece que um desses polvos se agarrou nela. Não podemos navegar sem livrá-la.
            O capitão dirigiu-se à escada da escotilha e nós o seguimos. Ali estavam uns dez homens, armados de machadinhas. Eu e Conselho também pegamos armas iguais. Ned preferiu seu arpão.
            O Nautilus atingiu a superfície. Logo que a tranca da escotilha foi levantada, um daqueles longos braços penetrou pela abertura. Com um golpe de machadinha, o capitão Nemo cortou o tentáculo. O monstro retirou-se e saltamos para fora.
            Dois outros braços agarraram um marinheiro e o ergueram no ar. O homem gritava em desespero. Nemo lançou-se contra o monstro e cortou-lhe mais um braço. Nesse momento, o animal expeliu um jato líquido escuro. Ficamos cegos. Quando a nuvem se dissipou, o polvo havia desaparecido no mar e, com ele, o marinheiro que segurava.
            Outros polvos gigantes rastejavam sobre o Nautilus. Lancei-me sobre um deles e enterrei-lhe a minha machadinha. Os homens distribuíam golpes cortantes entre a profusão de tentáculos, sob  ondas de sangue e tinta negra.
            A luta durou cerca de quinze minutos. Os monstros, ferido de morte ou mutilados, abandonaram o navio e desapareceram.
            Depois de liberarem a hélice, os marujos voltaram para o interior do submarino. O capitão Nemo, tinto de sangue, permaneceu imóvel no passadiço, contemplando o mar que havia engolido um de seus homens. Algumas lágrimas corriam-lhe pela face.

                          Júlio Verne. Vinte mil léguas submarinas. São Paulo: Scipione, 2004. P. 38-40.

Análise da Leitura

1. Com base no que você leu, identifique cada personagem, anotando seu nome no caderno, e aproveite para conhecer um pouco mais sobre elas.

a. Era o dono do submarino e evitava contato com as pessoas de fora.
b. Era professor de História Natural e autor de um livro sobre seres do mar.
c. Era um rapaz dedicado, que acompanhava e auxiliava o professor.
d. Nasceu no Canadá e era considerado o rei dos arpoadores de baleia.

2. O texto é narrado por uma das personagens. Quando isso acontece, dizemos que a narração é feira em primeira pessoa.

a. Quais os pronomes que representam a primeira pessoa?
b. Qual personagem é também o narrador da história?
c. Transcreva um trecho do texto que comprove que o narrador participa da história como personagem.

3. Por que o narrador chama os polvos de monstros?

4.  O capitão Nemo, referindo-se aos polvos, informa: “vamos combatê-los corpo a corpo”.

a. O que significa “corpo a corpo”  nessa frase?
b. Por que, segundo o capitão Nemo, era preciso combater os polvos?

5.Que parte do submarino o polvo estava prendendo?

6. Por onde as pessoas entram e saem  do submarino?
7. Por onde as personagens avistaram os polvos?

8. Qual arma foi usada por Ned para combater os gigantescos polvos? E os outros tripulantes do navio , que armas usaram?

9. Segundo o texto, cada polvo tinha oito braços. Que outra palavra no texto define com mais precisão essa parte do corpo dos polvos?

10. Releia este trecho de texto: “ Diante de meus olhos agitava-se um polvo de tamanhocolossal”

 a. Pesquise no dicionário o sentido da palavra “colossal” .
 b. Com base na sua pesquisa explique por que os polvos do texto eram colossais?

11. Releia o trecho abaixo:

“No centro, destacavam-se da cabeça duas mandíbulas medonhas, que lembravam umgigantesco bico de papagaio”

a. Que substantivos dão origem aos adjetivos medonho e gigantesco?
b. Consulte o significado dessas palavras no dicionário?

12. Em uma das paredes do submarino havia uma vidraça. Veja a impressão que o narrador teve quando viu pela primeira vez o mar através dela.

“Lá fora, o mar era distintamente visível a uma longa distância. Que espetáculo! Consegui distinguir alguns peixes. Era como se estivesse de um sem  fim.
Não sei quanto tempo teria permanecido alço se o capitão não me chamasse [...].”

 Que palavra pode substituir o asterisco no texto?

(    ) tanque        (    ) lago        (    )  aquário       (    ) pesqueiro       (    )  riacho

b. Por que o narrador ficaria muito tempo diante da vidraça?

13. Por que não foi possível salvar o marinheiro que fora pego pelo polvo?

14. O fato de o capitão Nemo ter chorado silenciosamente pela morte do companheiro demonstra o quê?

15. Uma das personagens do texto é um caçador de baleias.

a. Que personagem é esse?

b. Em 1866, ano em que se passa a história, ainda havia muitas baleias, mas atualmente, esses animais correm risco de extinção. Em sua opinião, por que houve uma grande redução do número de  baleias?

c. Será que em nossa época alguém escreveria em que um dos heróis fosse um caçador de baleias? Por quê
INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, os homens se reuniam ao redor da fogueira para se esquentar,
dialogar, relatar acontecimentos, ouvir e contar histórias. O hábito de ouvir e contá-las é
uma atividade tão antiga quanto a própria humanidade, não sabendo precisar quando
esse hábito “(...) se instituiu como prática social, porém pode-se afirmar que é bem
antigo, de ordem universal, ocorrendo, portanto, em todas as civilizações...”.1


Todos os povos, em todas as épocas, cultivaram seus contos, cuidadosamente
transmitidos oralmente de geração em geração. Estes contos atravessaram as fronteiras
do tempo e do espaço, misturando realidade e fantasia, e nesse processo, sofreram todo
tipo de modificação: fusões, acréscimos, cortes, substituições e influências, mas sempre
expressando, nas suas linhas e entrelinhas, ensinamentos e valores atemporais.

Quem não conhece “João e Maria”, “Cinderela”, “Afrodite”, “Poseidon”...? Certamente
todos nós, um dia, já ouvimos a história dessas personagens. Elas vêm povoando a
imaginação de crianças, jovens e adultos, há séculos...

Os contos, assim como as lendas, os mitos e as fábulas são tipos de narrativas
originárias desde as mais antigas civilizações. Estes povos, através das histórias que
contavam, passavam ensinamentos e preservavam sua cultura. Graças à tradição oral e
mais tarde ao texto impresso, a arte de contar histórias foi passada de geração a geração,
constituindo até os dias de hoje, importantes fontes de informações para entendermos a
história das civilizações. Dentro deste contexto é importante perceber o trabalho dos
compiladores desse gênero literário que, até então, se mantinha no ideário popular,
como: Homero com sua Odisséia (poeta grego – séc. VIII a.C; Charles Perrault
(França – séc. XVIII); os irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm – Alemanha - séc. XVIII) e
tantos outros, pois, esses escritos, além de preservar a memória histórica de um povo,
emocionam, por lidar com o imaginário, divertem, criam suspense, mostram verdades e
revelam sentimentos e valores de uma época.

Em cada país, surgiram novas modalidades de contos, regidos de acordo com a época e
os movimentos artísticos que este momento histórico-cultural provocou e adquiriram
forma literária e estética. Assim, lêem-se hoje, contos de amor, de humor, contos
fantásticos, de mistério e terror, contos realistas, psicológicos, sombrios, todos com
estilos próprios daqueles que os escreveram.



CARACTERÍSTCAS DOS CONTOS

O conto caracteriza-se por ser uma história não muito longa, que possui unidade
dramática. Sendo assim, a ação da história se concentra em um único ponto de interesse:
o conflito que, por sua vez, gira em torno dos propósitos dos personagens na busca de
soluções, através de diversas ações que se relacionam num encadeamento temporal e



Considerando que o conto apresenta um enredo que se passa num determinado espaço 
de tempo podemos observar o emprego de algumas palavras ou expressões lingüísticas 
(geralmente advérbios ou locuções adverbiais) que têm a função de marcar a cronologia 
da história. É através destas palavras que podemos perceber, ter transcorrido “um 
tempo”, na seqüência narrativa. A demarcação do tempo aparece, geralmente, no 
primeiro parágrafo, sendo que nos contos tradicionais iniciam com expressões tipo: Era 
uma vez..., Certa vez... 
 
O conto tem função literária, isto é, o autor brinca com a linguagem, pode transgredir, 
inventando palavras. A trama predominante é a narrativa, mas vale-se da trama 
descritiva para apresentar os personagens e lugares, e da trama conversacional para 
estabelecer o diálogo. Este último, predominante, principalmente, nos contos dirigidos 
às crianças, uma vez que dá grande realismo à cena, pois ela atualiza presentifica os 
fatos e envolve mais facilmente o leitor que o discurso indireto, que fica a cargo do 
narrador. O narrador é a voz que conta a história. Esta voz pode ser de uma personagem 
ou testemunha narrado na primeira pessoa ou de uma terceira pessoa que não intervém 
na narrativa, podendo adotar diferentes pontos de vista. 
 
É importante destacar a função dos verbos na construção e na interpretação dos contos: 
os pretéritos perfeito e imperfeito predominam na narração e o tempo presente nas 
descrições e nos diálogos, e também, as estratégias de definibilidade e de coesão, 
principalmente, pronominalização, substituição lexical e conectores de encadeamento e 
ruptura. 
 
 
 
ABORDAGEM PEDAGÓGICA DOS CONTOS 
 
Os contos são gêneros textuais com o qual os alunos entram em contato logo nos 
primeiros anos escolares. O ato de ouvir histórias auxilia no processo de aquisição da 
língua escrita. É o primeiro passo para estimular a competência leitora e desenvolver a 
escrita por meio da sistematização das idéias. 
 
Os estudos sobre a aquisição da linguagem escrita têm demonstrado a relação entre 
leitura de contos e as crianças em processo de alfabetização. As investigações têm 
apontado que as crianças que lêem frequentemente contos sabem como manipular os 
livros, podem dizer o que está na capa e conhecer a direção em que se lêem os impresos. 
Além disso, ajuda às crianças pequenas a aprender as características da língua escrita e 
que esta é diferente da oral, que a letra de imprensa gera significado e que as palavras 
estampadas na página têm sentido. 
 
As atividades de leitura e escrita, assim como a prática de comunicação oral com contos 
possibilitam que os/as alunos/as pensem sobre: 
• A função social da escrita. 
• As convenções gráficas da escrita: o direcionamento, o alinhamento, 
segmentação dos espaços em branco e pontuação. 
• A diferença entre letras e números, letras e desenho. 
• A percepção da forma e do valor sonoro convencional das letras. 
• A constatação da conservação de letras e sílabas nas palavras.

• A quantidade de letras necessárias para escrever as palavras. 
• A variedade, posição e ordem das letras em uma escrita convencional. 
• A natureza alfabética do sistema de escrita. 
• A relação grafema e fonema. 
• Os princípios e as regras ortográficas. 
• As relações do que se leu com outras leituras e experiências. 
• O sentido do texto lido... 
 
Além de: 
• Desenvolver a cognição, o pensamento lógico, a atenção, a escuta, a memória, a 
observação, a criatividade, a imaginação, a sensibilidade, a reflexão, a 
criticidade, as linguagens oral e escrita. 
• Ampliar o repertório cultural, o volume de escrita e o vocabulário. 
• Possibilitar construção da base alfabética e ortográfica. 
• Funcionar como modelo de escrita convencional. 
• Trabalhar a análise lingüística da estrutura das palavras do texto (letra e silaba 
(inicial e final), número de letras e sílabas, posição das letras na palavra, relação 
entre som e grafia). 
• Trabalhar com as diferentes estratégias de leitura. 
• Permitir o contato com diferentes sílabas e diferentes tamanhos de palavras. 
• Organizar a fala. 
 
A presença regular dos contos na sala de aula possibilita: 
• Um processo de alfabetização e letramento real e significativo, posto que é um 
gênero textual que circula no mundo social. 
• A formação de leitores competentes. 
• A formação intelectual. 
• A inserção no mundo letrado. 
• A descoberta de outros lugares, outras épocas, outras culturas, outros modos de 
ser e de agir. 
 
Quanto ao ensino do conto, o debate pedagógico está centrado em duas questões: se os 
professores devem ensinar diretamente aos alunos os elementos que compõem um conto 
com o objetivo para aprendizagem da leitura e da escrita; ou usar os contos apenas para 
o ensino da leitura na sua dimensão lúdica, pessoal e independente. 
 
Diante dessas questões, optou-se por trabalhar com os contos envolvendo dois projetos: 
- para a apreciação, visando à produção de leitura na sua dimensão lúdica e 
pessoal; 
- para relacionar a leitura à produção de texto, visando uma produção efetiva 
dos textos e de uma reflexão constante sobre o funcionamento e estrutura da 
língua. 
 
A escolha dos contos: 
A literatura infanto-juvenil tem considerado três das diferentes fases da evolução da 
criança descritas pela Psicologia: 
- a fase do mito (3/4 a 7/8 anos) – nesta fase a criança não diferencia entre 
realidade e fantasia, por isso a leitura mais adequada são os contos de fadas, os 
mitos, as lendas e as fábulas.

a fase do conhecimento da realidade (7/8 a 11/12 anos) – a criança tem 
maior necessidade da ação, passa do contemplativo para o executivo. A leitura 
adequada para a essa fase são os contos de aventura, o relato histórico, os relatos 
mitológicos, os heróis (sobre o princípio da vida dos povos), os de viagens e 
façanhas. 
- a fase do pensamento racional (11/12 anos até a adolescência) - nesta fase 
as questões pessoais adquirem valor extraordinário, por isso a leitura de 
romances é a mais adequada pelo caráter de seus heróis e por seus temas. 
 
Entretanto, sendo um estudo teórico, deve-se considerar estas fases apenas como 
referência para a escolha dos contos, pois cada criança tem o seu desenvolvimento 
peculiar definido por fatores diferentes. Por isso, é fundamental conhecer a criança, sua 
história, suas experiências e ligações com o livro. 
 
Resumindo, as crianças, desde a Educação Infantil, necessitam serem expostas a um 
ambiente rico em materiais que circulam no mundo escolar e no mundo social, para que 
possam ir aprendendo o uso e a função social da língua escrita. Elas precisam perceber, 
analisar e formular suas hipóteses sobre a leitura e a escrita a que está exposta em seu 
cotidiano. Necessitam ouvir e contar histórias para desenvolver sua imaginação, a 
observação e a linguagem oral e escrita, assim como, o prazer e o interesse pela leitura. 
Nesta perspectiva, os contos tornam-se um importante recurso pedagógico. 
 
 
ABORDAGEM PSICOLÓGICA DOS CONTOS 
 
A infância caracteriza-se como uma fase de intensas descobertas. A criança nesta fase 
mergulha no mundo da fantasia, da imaginação e do encantamento, o mundo dos 
contos. As narrativas contidas nestes contos além de entreter: 
• São ricas fontes de descargas de tensões e angústias, de 
resolução/enfrentamento dos conflitos, ajudando a promover a estabilidade 
emocional. 
• São poderosos recursos de estimulação do desenvolvimento psicológico e 
moral, ajudando na manutenção da saúde mental da criança em crescimento. 
• Cria referenciais importantes ao desenvolvimento subjetivo. 
• Trabalha atualizando e reinterpretando questões universais, tais como a 
dicotomia entre o bem e o mal, o forte e o fraco, a riqueza e a pobreza, o 
belo e o feio, defeitos e virtudes, ajudando assim na formação de conceitos. 
• Trabalham com a aceitação das diferenças. 
• Misturam realidade e fantasia, transportando as crianças para o mundo dos 
personagens encontrando ali alguns de seus problemas e desejos. 
• Ajudam a interpretar o mundo. 
• Auxiliam na formação e construção da subjetividade da criança. 
• Ajudam a elaborar conflitos inerentes ao processo de desenvolvimento e 
socialização. 
• Aliviam pressões inconscientes, constróem um sistema metafórico e 
simbólico. 
• Contribuem para a formação de valores. 





Principais características do conto de aventura

Alguns elementos básicos da narrativa são:

Fato - corresponde à ação que vai ser narrada (O quê?)
Tempo - em que linha temporal aconteceu o fato (Quando?)
Lugar - descrição de onde aconteceu o fato (Onde?)
Personagens - participantes ou observadores da ação (Com quem?)
Causa - razão pela qual aconteceu o fato (Por quê?)
Modo - de que forma aconteceu o fato (Como?)
Consequências - Resultado do desenrolar da ação que provoca um determinado desfecho


Proposta de redação - Relato de experiência vivida - Desplugar-se!


 O que é um relato de experiência vivida?

é a apresentação oral ou escrita, de experiências humanas vivenciadas que podem ser do tempo presente ou do tempo da memória (passado): diários, testemunhos, autobiografia, etc.

Saiba mais:
Um relato nada mais é do que a exposição, oral ou escrita, de uma experiência vivida. O texto segue a linha da narrativa em que o narrador “relata” um acontecimento importante de sua vida. Apresenta os mesmos elementos da narrativa; personagens, ambientes, tempo, espaço, descrições. Texto escrito em 1ª pessoa.
É importante observar a questão do limite de linhas. No caso de redações de 15 linhas, é preciso ser mais objetivo e deixar de lado excesso de detalhes.
Resposta Interpretativa
Neste tipo de texto o autor deverá, antes de tudo, entender a essência da proposta. É comum a banca fornecer um ou mais textos de apoio. É sobre estes textos que o autor deverá basear sua resposta. Aqui, a interpretação do conteúdo é o fundamento, portanto, quando interpretamos procuramos reproduzir esse conteúdo associando-o ao contexto dado pelo enunciado.
Observem que a proposta vem carregada de perguntas. Com base nelas crie seuroteiro da resposta. Veja algumas dicas:
- escreva em 3ª pessoa;
- dois ou três parágrafos;
- sua resposta deve estar baseada nos textos de apoio;
- não dê sua opinião;
- não fuja do conteúdo apresentado nos textos de apoio;
- utilize uma citação para fundamentar a resposta (com base nos textos de apoio).

Resposta Argumentativa
Este gênero de texto é mais parecido com uma dissertação. Sua opinião é requerida, porém, sem utilização da 1ª pessoa. Com base nos textos de apoio, fundamente sua resposta com base em seu conhecimento, procurando argumentos que fundamentem sua resposta. Neste caso, não se prenda aos textos de apoio.
Dicas:
- Procure deixar subentendido o enunciado da questão ao leitor, fazendo-o compreender a pergunta original sem tê-la lido;
- Deixe evidente sua posição quanto ao tema (a favor/contra);
- dois ou três parágrafos;
- texto impessoal;
- sua opinião é importante;
Você pode seguir uma sequência simples: resposta, justificativa (argumento), explicação, comprovação e sugestão (se for possível).



TEXTO
Desplugada por 4 dias, tudo se resolve  

Desplugada por 4 dias, tudo se resolve  A exemplo de uma experiência proposta aos leitores do jornal The New York Times (NYT), passei quatro dias sem checar  e-mails e com o celular desligado. Esse foi o meu “desplugamento” pessoal. No NYT, cada um escolhia seu próprio desafio. Um jovem, por exemplo, ficou dois dias sem Facebook (você conseguiria?).
Gostaria de dizer que após meus quatro dias de E.T. sou uma nova pessoa. Não. Continuo bastante ansiosa. Mas a experiência me fez ver que a ausência de ferramentas que considero indispensáveis para a comunicação pode ser facilmente contornada.
Acabo de voltar ao meu Yahoo. Estão lá 51 mensagens, 6 que me interessam e 1 que exige resposta. Não foi o que eu imaginei no primeiro dia de meu autoembargo tecnológico, quando senti desespero de que alguém estivesse berrando em algum lugar por não conseguir falar comigo. Cheguei a pensar em ligar para os amigos e perguntar se haviam ligado ou escrito. Me segurei.
No segundo dia, uma surpresa ao chegar em casa: sobre a cama havia um daqueles bons e velhos recadinhos escritos à mão: fulana ligou. Mas senti falta de um material de aula que estava preso no mundo virtual. Resolvi pedindo uma cópia a uma amiga (é, a tecnologia nos torna mais independentes).
No terceiro dia, chegaram as contas do mês: ainda bem que não aderi ao envio virtual de cobranças que o banco me ofereceu. 
Último dia, prestes a quebrar o jejum, o caos tomou conta, tal qual a hora do clímax num filme: o cachorro da vizinha fugiu.  Ótimo, pensei, é só ligar para o telefone fixo dela. Ninguém atendeu. Segundos de dilema pessoal: quebro a experiência e procuro o número de celular na agenda do meu móvel?  Não. Pedi ao "papi" a gentileza de sair correndo pela rua e dar um jeito de prender o bichinho (é uma rotweiller). Agora que acabou, uma pergunta fica no ar: ligo o celular?
Fonte: Depoimento de Helena Carnieri, repórter da Seção Mundo. Gazeta do Povo, 5.set.2010,p.27.

Proposta de Redação 

Se todos nós aderíssemos à proposta da jornalista de nos desplugarmos por alguns dias, quatro, que foi o dia proposto pela dona da ideia, o que poderia acontecer para o andamento da vida nossa e de outras pessoas, principalmente nas grandes cidades?
Escreva um texto, em que você deve analisar a proposta e relatar como você se sentiria no caso de desplugar-se por quatro dias.  

Para você entender direitinho:


Responda às questões sobre a tirinha:
1.Observe a pergunta de Mafalda a Suzanita, no primeiro quadrinho.
a. Esse tipo de pergunta relaciona-se a experiências vividas? Justifiqu
b. A resposta de Suzanita mostra que ela entendeu o teor da pergunta da Mafalda? Por quê?
c. O que sugerem as supostas lembranças de Suzanita?
d. Por que Mafalda  apresenta uma expressão de desapontamento? Explique.
2. Compare a natureza da pergunta de Mafalda  e a resposta de Suzanita.
O que elas sugerem em relação a visão de vida  de cada uma delas?
3.  Você se lembra de como foi o início de sua vida escolar?
a. Tente se lembrar dos professores, dos colegas, dos primeiros livros, de algum acontecimento marcante dessa época
b. Há muita diferença em relação ao seu jeito de ser hoje em relação ao seu jeito de ser naquela época?
c. Procure um colega e conte a ele como foi esse período de sua vida.
http://ideiaspraticasparasaladeaula.blogspot.com.br/2012/05/proposta-de-redacao-relato-de.html