domingo, 9 de junho de 2013

LEITURA E ESCRITA


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE LEITURA




“O PRIMEIRO BEIJO”, de Antonio Barreto

8º e 9º ano do Ensino Fundamental


Abaixo seguem questões / atividades para diferentes etapas de uma situação de aprendizagem com foco em leitura, a partir de estratégias explicadas por Roxane Rojo em “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania” (São Paulo: SEE: CENP, 2004)


ETAPA 1 - ANTES DA LEITURA

1)    Conversa e perguntas sobre o que o título sugere  - Meu Primeiro Beijo.

Olá alunos. Vamos iniciar uma conversa sobre o texto “Meu primeiro beijo” de Antonio Barreto. Para isso vamos pensar sobre algumas questões:

a) Com quantos anos costuma acontecer o primeiro beijo?
b) Isso sempre foi assim?
c) O que você acha que a sua avó pensava sobre o primeiro beijo?
d) E você, se lembra de como aconteceu o seu primeiro beijo?
e) Quando um beijo deve ser dado?
f) Como e com quem deve ser um primeiro beijo?

2)    Em um texto como este, o que pode acontecer? Pense nos personagens, fatos e um cenário. Nesta questão um aluno, indicado pelo professor, vai até a lousa e fica responsável por anotar as hipóteses levantadas pela classe (que serão verificadas com a leitura do texto).

3)    Agora o professor forma duplas para a leitura do texto. Enquanto um aluno lê o texto em voz alta, o outro verifica quais as hipóteses sugeridas pela classe. Os agrupamentos serão feitos com um aluno com mais dificuldade e outro com menos dificuldade. A leitura será feita pelo aluno com menos dificuldade; e o aluno com mais dificuldade ficará responsável pela checagem das hipóteses. Após o exercício, o professor fará a checagem das hipóteses na lousa.


ETAPA 2 – LOCALIZAÇÃO E/OU CÓPIA DE INFORMAÇÕES

4)        Quem é o narrador da história?
5)        Quais os personagens da história?
6)        Onde se passa a história?
7)        Para encontrar uma informação local do texto, identifique: o espaço e tempo do momento do beijo da personagem
8)        Para encontrar uma informação global do texto, explique a(s) temática(s)
9)        Compare os dois trechos a seguir e explique como eles podem demonstrar a mudança de sentimento das personagens:


“Estávamos virgens no assunto, e morrendo de medo”

“Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo ...”


ETAPA 3: COMPARAÇÃO DE INFORMAÇÕES E GENERALIZAÇÕES

10)      O primeiro beijo da personagem desta história foi inesquecível. Converse com seus colegas e discuta se o primeiro beijo é sempre inesquecível.

11)      Considerando o trecho: “as contas do telefone aumentaram, depois diminuíram ... e foi ficando isso.” O que podemos sugerir sobre a relação entre o tempo e a paixão?

12)      A partir da história contada pelo texto, o que podemos concluir sobre a idealização do primeiro beijo e as paixões adolescentes?

13)      Como a linguagem do texto foi elaborada? Qual o tratamento dado a ela? Analise-a a partir dos exemplos abaixo:

“ _ Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia?”
“ _ Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão.”


ETAPA 4 – PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS LOCAIS E GLOBAIS

14)      Qual o significado de “perdigotos” no texto?
15)      Por que o rapaz é chamado de “cultura inútil”? Qual o sentido desta expressão?


ETAPA 5 – RECUPERAÇÃO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO E DEFINIÇÃO DE FINALIDADES E METAS DA ATIVIDADE DE LEITURA

16)      a) Em qual obra este texto foi publicado?
b) Quais capítulos antecedem e sucedem este texto?
c) Quem é o autor? O que ele costuma escrever?
d) Qual o público alvo para esta obra?


ETAPA 6 – PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE E PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE

17)      Em que outros locais ou situações vocês já viram discussões sobre a temática do primeiro beijo?

18)      Agora ouviremos a música “Já sei namorar” dos Tribalistas. Quais semelhanças existem entre a letra da música e o texto lido?


Já Sei Namorar
Tribalistas

Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tenho juízo
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer 



19) Leia o texto abaixo:




a)    A qual gênero textual pertence? Quais suas características?
b)    É possível notar, pela leitura, uma relação de intertextualidade. Qual é?
c)    A história parece ser atualizada. De que forma?
d)    Como o beijo está representado? Compare com o texto gerador que lemos em aulas anteriores.

20)      Considere a linguagem predominante na música e na tirinha. Como estas linguagens aparecem no texto “O primeiro beijo”?

21)      A partir da comparação da linguagem predominante nos três textos, compare-as e apresente suas principais características. A que gênero discursivo eles pertencem?

22)      Sugestão de filmes:

Meu Primeiro Amor (1991; dirigido por Howard Zieff; com Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Dan Aykroyd)

Falando grego (2009; dirigido por Donald Petrie; com Nia Vardalos, Richard Dreyfuss, Maria Adanez, Sheila Bernette, Maria Botto, Rachel Dratch, Alexis Georgoulis)

A verdade nua e crua (2009; dirigido por Robert Luketic; com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner)


ETAPA 7 – PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS, ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU AFETIVAS E DE APRECIAÇÕES RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU POLÍTICOS

23)      Leia a tirinha abaixo e debata com os colegas: o que dá o tom de humor à tira?



24)      Compare os beijos de antigamente com os atuais. Quais as semelhanças e diferenças do comportamento humano?

25)      Leia o texto: “7 FATOS SOBRE O BEIJO”, da Revista Capricho.


7 FATOS SOBRE O BEIJO

Na Grécia Antiga, nível social determinava onde seria o beijo
Na Grécia dos anos 300 a.C., pessoas da mesma classe podiam se beijar no rosto ou na boca, mas se fosse alguém de status superior era mais indicado um beijo na mão. Também se beijava deuses gregos por meio de obras de arte: as pessoas esfregavam as pontas dos próprios dedos nos lábios e tocavam na imagem. Esse tipo de beijo é uma demonstração de amizade usada na Grécia até hoje.

O beijo de noivado garantia direitos jurídicos
O beijo que selava o compromisso de noivado surgiu na Roma Antiga e garantia à mulher os direitos jurídicos determinados pelo Império. Além disso, transferia legalmente a posse dos presentes de casamento para o casal – se a celebração transcorresse sem beijos por algum motivo, eles teriam de ser devolvidos.

Alguns povos morrem de nojo de beijar
Beijar não é uma coisa que agrada a todo mundo. A tribo dos thonga, na África do Sul, jamais beija na boca e acha isso repulsivo. Outro povo de lá, os chewa, fica enojado com a idéia de “engolir a saliva de outra pessoa”. Muitos têm essa reação porque vêem a boca como a fonte da vida, o local onde uma alma imortal habita – e essa alma pode se contaminar facilmente se o dono não for cuidadoso. Há tribos nômades da Etiópia que, embora considerem os lábios uma parte sensual do corpo, não sentem vontade de colá-los em outros – até porque os adornos enormes que eles usam dificultam isso.

Em certos lugares, o “beijo” consiste em passar a mão nas axilas do companheiro
Enquanto há culturas em que as pessoas não economizam beijos, há os que nem sequer usam os lábios nas suas interações pessoais. Os polinésios, maoris e inuits preferem usar os narizes. Os índios de uma tribo isolada no Equador, os cayapas, simplesmente cheiram a mão dos amigos ao cumprimentá-los. E pasme: o “beijo” de despedida de uma tribo da Nova Guiné consiste em passar a mão na axila do companheiro e em seguida esfregar o cheiro dele por todo o seu.

Os namorados arrancam sangue um do outro durante a prática em certas tribos
Enquanto alguns povos não são nada beijoqueiros blasé, os casais das Ilhas Trobriand, no Pacífico Sul, manifestam uma paixão violenta. Antropólogos observaram, em 1929, que eles passavam horas numa espécie de jogo selvagem: mordiam os lábios um do outro até que sangrassem, davam dentadas nas bochechas e abocanhavam nariz e queixo. Nessa hora, ouviam-se expressões como “beba meu sangue” e “arranque meu cabelo”. Eles ainda arrancavam os cílios dos parceiros a mordidas.

O ritual da beijação
Se existem aqueles que proíbem, há povos que celebram a prática. Um povoado chamado Banjar Kaja Sesetan, na Indonésia, faz um festival anual chamado Med-medan. Ao som de um canto ritual, fileiras de moços e moças ficam frente a frente, formando pares, e o primeiro da fila beija quem estiver na sua frente até um ancião jogar água para separar o casal. Calma, não é todo mundo beijando todo mundo. Quem se beijou primeiro vai para o fim da fila e o ritual se repete até que todos os casais tenham ocupado a primeira posição. O objetivo é proteger o lugar de perigos inesperados e só os jovens podem participar.

No Brasil do século 18, a demonstração de afeto era o beliscão
No século 18, em Portugal e, muito provavelmente, também no Brasil, uma expressão de amor bastante difundida era o beliscão. Entre os recém-conhecidos, era de bom tom beliscar “de pincho”, aplicando levemente a torção sobre a pele. Para os mais íntimos valia o beliscão “de estorcegão”, também conhecido como “enérgico”. A moda era tão forte que houve quem discutisse a necessidade de construir divisórias no interior das igrejas para impedir beliscões durante a missa. Os estudiosos desse gesto associam-no ao “namoro camponês”. Beliscões, pisadas de pé e mútuos estalos de dedos consistiam em rituais que simbolizavam a dura vida rural.

(Fonte: Artigo Publicado no Site da Revista Super Interessante em
21 de julho de 2010 - Jornalista: Ana Carolina Prado)


a) Faça uma reflexão sobre a construção cultural e os símbolos criados em torno do beijo.

b) Quais semelhanças e/ou diferenças vocês perceberam entre a história de Antonio Barreto, a matéria, a música e as tirinhas?

c) Considere a linguagem predominante na música e na matéria. Quais semelhanças e diferenças? Como estas linguagens aparecem no texto “O primeiro beijo”?

26)      Leia as imagens abaixo. Como elas se relacionam com a nossa realidade? O que elas expressam? A qual contexto histórico nos remetem? Como se dá o pensamento da humanidade ao longo dos anos?

 Francesco Hayez – Séc XIX
Antes dessa imagem não se via com frequência registros de beijos na arte ocidental 

 Fotografia famosa de beijo no final da Segunda Guerra Mundial em Nova Iorque



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