Ele um dia me disse
Que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega suado
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Tanta corrente de ouro
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar…
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Está um horror…
Eu consolo ele
Ele me consola…
Boto ele no colo
Prá ele me ninar..
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Eu não entendo essa gente
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí
É o meu guri…(3x)
Foi encontrado morto num matagal( ”O guri no mato”)de Itaquera com 150 tiros.
Pág.325
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…
Não sei lhe explicar…
Ele a me levar…
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar…
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Está um horror…
Ele me consola…
Prá ele me ninar..
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí
É o meu guri…(3x)
O início da música mostra a realidade em que vive esta mãe, solteira, pobre, sem condições financeiras e psicológicas pra conceber e criar um filho, mas que em momento algum, renega seu rebento ou o abandona.
No decorrer da primeira estrofe, o menino vai crescendo, e pelo que se percebe, sendo muito amado por sua mãe. Sua vida não é das melhores mas não lhe falta amor e carinho.
A promessa de “chegar lá”, ou seja, dar uma vida mais digna a mulher que lhe deu a vida, neste momento ainda não está associado ao crime, e nos seus sonhos de criança, sem mácula, creio que ele realmente acredite que possa “ser alguém”.
Mas, aqui entra a crítica existente nesta música, a falta de oportunidades, de estudo, o preconceito pela sua classe social e pelo lugar onde ele vive, faz com que, agora sim, ele seja renegado. A partir dessa realidade, ele busca outras maneiras de cumprir a promessa feita à mãe, e assim, parte para uma vida de crimes que leva à sua morte.
Não acredito na total ingenuidade desta mãe. Ao contrário, acho que neste quesito é o amor maternal, incondicional, falando alto. Mesmo sendo bandido ele é seu filho, e o amor de mãe não se extingue pelas ações do seu filho.
Essa música arrepia e revolta!
É muito clara a ingenuidade da mãe, tanto é que ela nem reconhece que a foto de seu filho no jornal não demonstra seu êxito na vida, mas sim sua prisão, e não compreende que seu filho no mato, na TV, de papo pra o ar está morto!
Não sei lhe explicar…
Ele a me levar…” Mas um filho é sempre amado, não importam os erros , amor de mãe está além… Uma mãe chega a perder a própria identidade moral para aceitar o filho…
‘Eu fiz isso’, diz minha memória.
‘Eu não posso ter feito isso’, diz meu orgulho,e permanece inflexível. Por fim a memória cede.” Nietzsche
“A bondade que vem do cansaço de sofrer é um horror pior que o próprio sofrimento” Cesare Pavese
“O verdadeiro amor é fruto de uma produtividade interna” Eric Fromm
“A alegria pode ser salutar para o corpo, mas somente o sofrimento robustece o espírito” Proust
“A união traz sempre também a separação, e a separação o sacrifício, e o sacrifício o contato com o arquétipo da morte(…) a dor do sacrifício de deixar aquilo que passou (…) e essa relação da alteridade com a morte/perda/sacrifício/ausência é um mistério profundo da transformação do ser.” Carlos Byington
“Uma dor só é superada após ser sentida toda” Proust
“Você não pode vencer uma coisa evitando-a, apenas atravessando-a”
“A todos com quem me realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades(…)” Nietzsche
João Gilberto sobre quando voltou ao Rio de Janeiro na década de 50: “Os sofrimentos haviam me dado a experiência necessária”
“Se eu te amo, o que você tem a ver com isso” Goethe
“Você é o que você ama, não o que ama você” Charlie Kauffman
Ele não diz que ela (a mãe)é assim por ser negra e pobre. O que eu vejo é que ele faz uma denúncia/crítica a desigualdade social, onde é uma verdade triste que nas favelas a grande maioria das pessoas são negras, pobres e analfabetas ou semi-analfabetas. A música não é patética, mas ele mostra uma situação patética e triste. A crítica para mim não é contra as pessoas, mas contra a sociedade que exclui essas pessoas.
Sobre o comentário 11, ele morreu mesmo. Ela vê a legenda com as iniciais do filho e a venda nos olhos (colocada na foto do jornal, por ser menor) e vê a foto dele caído no mato morto de papo pro ar(de barriga pra cima). A mãe, na sua ingenuidade, ainda acha que o filho ficou bem na foto, acha que ele está rindo, lindo e que chegou lá, sem considerar a gravidade do que estava acontecendo. Continuou olhando o filho pelo lado bom.
”Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…”
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Eu não entendo essa gente
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…’
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Chico Buarque
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…
Não sei lhe explicar…
Ele a me levar…
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar…
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Está um horror…
Ele me consola…
Prá ele me ninar..
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí
É o meu guri…(3x)
1.
obrigado por me ajudar ! esse site é muito legal tenho apenas 12 anos e me enteresei
otima musica de chico, eu fiz um trabalho sobre essa musica, tão bonita e me ajudou a ver a realidade do mundo.parabéns chico!!!
eu adorei muito
essa musica nossa q linda sou legal te daoro te doro te doro te tetetettete doro
q coisa linda nossa ess a musica nunca vou me esquecer deus te abencoe chico te adoro muito de lila
Pessoal, esta letra é de uma interpretação bem simples.
Não é uma mãe cega porque o rapaz é seu filho. É uma mãe ingênua pelas condições sociais precárias da vida.
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…’
(Uma criança que como tantas outras, nasceu em condições precárias, provavelmente prematuro e não planejado.)
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…’
(Mais uma vez fica nítida a condição social da ‘família’, sem nenhuma estrutura e planejamento)
Não sei lhe explicar…
Fui assim levando
Ele a me levar…’
(Como a criança ‘vingou’ nem ‘ela’ sabe devido as condições precárias. Mas o ‘guri’ desde cedo aprendeu a ‘se virar’ como pôde.)
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…’
(Toda criança apegada a mãe e família faz planos e sonhos, às vezes sem nem saber exatamente quais são esses…)
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Tanta corrente de ouro
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…’
(A real inocência da mãe. Ela não ‘finge não ver’ ela REALMENTE não vê. A repetição das palavras ‘seu moço’ mostram também a simplicidade e ‘ignorância’ desta mãe)
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar…
Olha aí!’
(Neste trecho fica claro que a situação não é de alguém em situação de vida boa. Provavelmente um retirante, alguém que veio do sertão/roça e afins (regiões MUITO afastadas ou esquecidas pelo governo) sem acesso nem a cartórios para documentação ou abandonada… Um ‘povo esquecido’)
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Está um horror…’
(A mãe realmente não sabia que o próprio assaltante é seu filho. Para ela ele é um trabalhador digno)
Ele me consola…
Boto ele no colo
Prá ele me ninar..
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Olha aí!’
(Uma mãe carente e inocente pelas situações da sua vida que merece tanta atenção quanto o ‘guri’e encontra isto somente no filho)
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Eu não entendo essa gente
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…’
(Também fica claro o analfabetismo da mãe. Impossibilitando que ela leia todas as informações sobre seu filho e não entendendo o ‘alvoroço’ feito pelas ‘manchetes’ e o porquê de somente ‘as iniciais’)
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…’
(Ela não consegue nem perceber que o filho foi morto. Ela acha que ele está ‘se divertindo’ e que alcançou algo ‘maior’/ que faz sucesso/ que é bem sucedido)
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí
É o meu guri ‘
Trata-se de um garoto favelado e uma mãe analfabeta e sem nenhuma condições de criá-lo. Como uma grande parte dos nascidos na favela, acaba entrando pra criminalidade e quando foi preso a primeira vez ainda era menor de idade.
Acho fantástica a capacidade de todos afirmarem o obvio.
Sim, de fato é uma forma de retratar a cegueira que o amor fraterno causa, e sim, também pode ser visto como uma certa omissão da mãe em não querer aceitar os atos errados dos filhos.
Vi que poucas pessoas aceitaram os comentários de que a classe social retratada é mesmo a mais baixa, mas que essa cena é comum em nossa sociedade em todas as classes sociais.
E o cenário se repete independente se o guri mora na favela e faz pequenos furtos ou mora naquele condomínio fechado traficando drogas pra playboyzada.
E ele chegou lá, se foi chefe do morro, político, banqueiro ou um lider comunitário eu não sei, mas chegou lá.
Linda melodia, o Chico é bom nisso…
Letra que mostra a visão do pai com relação ao filho, claro que com várias ‘dicas’ de que o filho é bandido… aliás, a visão dos pais geralmente é esta mesmo, já vi alguns casos deste onde o pai não ‘conhece’ o filho. Ama, mas não conhece.
Que interessante, sempre ouvi essa música imaginando que era um pai, que embebido de tanto amor pelo filho, via em cada gesto seu um motivo para admirá-lo cada vez mais…
Sua música retrata bem o que é o viver das familias de hoje em dia. MAs alias vc teve a consiencia de pensar nas palavras a serem usadas. Muitas mulheres sao abandonadas pelos seus maridos e tem que criarem seu filhoss sozinhas. Mas o dinhero nao e suficiente e elas acabam soltando seus filhosn as ruas e semafaros do brasil
concordo com todos os comentarios, mas, em parte. as analises em que colocam o guri como morto estâo erradas. pois quando chico escreve , eu nao aguento essa gente seu moço fazendo alvoroço demais. ele já sabe que o sonho do guri era ser bandido mesmo, e ele conseguiu, porque saiu no jornal..sabe que o guri figiu pro mato está lindo, esta rindo de papo pro ar. quer dizer esta na boa. como diz a cançâo, eu me vingo dela tocando viola de papo pro ar… ou vcs conhecem alguem que toca viola depois de morrer?
a musica é muito interessante por que fala a realidade de hoje em dia
penso que aletra desta musica retrata bem a relidade de muitas familias que sonha com o futuro de seus filhos educaçao, trabalho e etc, mas que a desigualdade em suas diversas faces dificulta a acessao da familia por nao lhe garantir a materializaçao dos direitos fundamentas.
“Como fui levando
Não sei lhe explicar…Fui assim levando Ele a me levar…”
será que essa mãe era ingênua mesmo? muitas mãe hoje, como antigamente tmb fecham os olhos para o que os filhos fazem.
“Eu consolo ele
Ele me consola…” e eles se consolam, como se perante a desigaldade essa fosse a unica forma de sobrevivencia!
O excesso de sentimentalismo de muitos pais, que nem sempre enxergam os defeitos dos filhos. Acham que desgraça só acontece com os outros.
O excesso de sentimentalismo dos pais,que nem sempre enxergam os defeitos dos filhos. Acham que desgraça só acontece com os outros.
A música tem um tom de crítica em relação à vida do crime que envolve a família , a qual por sua vez ou não sabe da vida do filho ou sabe e é conivente, já que a vida nada lhe traz de melhor nesta vida.É a mãe que acredita no filho ou finje.A vida da periferia retratado com olhos de denúncia aos representantes do povo.
essa musica me inspirou no meu irmão que nasceu ,ja faz 1 mes e 23 dia,mais ou menos isto,em poucas palavras e inspiraora!!!!!!!!!
retratando-me tratse do autor do item 17, conforme copiado
Comentário by claudio bernardo — 19 de fevereiro de 2011
na certa, a pessoa que rspondeu no item 16 mora em outro país. existem sim vária mães iguais a essas. varios filhos até tem acesso a internet etc… mas muitas mães sequer sabem ler. aconselho ao mesmo a assistir um vídos de aproximadamente 13 minutos que se chama ilha das flores. quem sabe essa pessoa possa analisar melhor a realidade do nosso país.
essa musica retrata de uma saga de um garoto que nasce em péssimas condições (prematuro).sua mãe sem nenhuma condição de cria-lo não rejeita o filho, onde a cada dia se apaixona mais e mais com “guri”. devido sua classe social ser muita baixa o guri cresce e entra no mundo do crime prometendo dar uma vida melhor para a a sua mãe. o guri sempre que voltava do “trabalho”, trazia presentes sofisticados(pulseiras de ouro, relógios) para a sua mãe que ficava encabulada com os presentes q nunca iria poder comprar. O guri com vários assaltos feitos , não deu “Sorte” em uns dos seus ataques e acabou sendo baleado durante o assalto .
comi o “s”, desculpe
a sociedade precisa de mais Chicos, artistas inteligentes e acima de tudo sensíveis e com alteridade para entrar na mente dos outro e sentir a dor do próximo. essa letra me faz sentir a alegria e desespero dessa mãe. sublime!
Eu queria sabeer ‘ oque acontecee com a moça no finaal ?
quem seria o “seu moço” da música??
eh bonito ver a elite analisando que a pobre e analfabeta mae nao enxerga o que realmente o Guri faz. A elite tb tem filhos e muitas vezes nao querem acreditar que algo esta errado e tb pode descobrir pelos jornais o resultado de seus atos. A unica diferenca eh que vao conseguir ler a materia inteira. Muito alem da exclusao social, Chico aborda a cegueira sentimental de todas as maes e pais
Quanto tá o cordão, guri? Tem toca-fita?
eu gostei muito pq fala da situação do mundo de hoje!!! e isso tem aver muito com os jovens de hoje…
é muito bom pois esta musica fala sobre um sentimento que eu nunca disse mais é muinto bom
acho uma letra bonita…
fala que o menino nasceu na hora errada
com cara de fome etc
e quem nem tia nome pra lhe dar
mas ja parecia fala que o guri nao fazia a coisa certa
roubava
Essa ta no meu TCC.
Legenda e as iniciais…
nossa essa letra é d + gostei muito dela copiei eu vou tirar um 10 nessa avaliação de portugues Chico Boarke é um poeta muito bom
Uma letra muito bonita. Acho algumas partes da letra bem interessante:
“quando seu moço, nasceu meu rebanho, nao era o momento, dele rebentar”
Nesse trecho podemos observar uma gravidez indesejada que na sua maioria das vezes trz conflitos para a familia.
“Já foi nascendo, com cara de fome, e eu nao tinha nem nome, pra lhe dar”
Esse trecho tem como foco os jovens marginalizados do centros urbanos.
“Chega no morro, com carregamento, pulseira,cimento,relógio, pneu, gravador”
Esse trecho aborda a questão do roubo,que por mais absurdo que seja dizer, já estar virando moda aontecer.
Observem que é um texto antigo,e mesmo depois de tanto tempo o que ele nos passa continua deflagrando uma realidade.Mas tambem pudera, chico Buarque é chico Buarque.
Realmente a letra da musica é muito bonita, e ela retrata a realidade de muitas familias hoje em dia, que sofre devido a limites imposta, na verdade mostra as consequencias da deigualdade social.
A canção mostra o despreparo da mãe, ainda criança, com um rebento que não foi programado, como ter pelo menos um nome para lhe dar? O tema traz a inocência de uma mãe que na verdade é pouco mais velha que o filho. Só que o filho saiu para resolver os “problemas” da família. É um retrato de uma grande parte das nossas crianças. Uma música tão triste quanto a realidade.
esta ingenuidade da mae nao existe mais, agora quase todos os lares tem televisao, temos a internet, temos o celular, agora qualquer criança sabe que se apanhar dos pais pode reclamar com o conselho tutelar que nao existia em 82. Temos ainda maes que deixam seus filho dominar a casa, filhos e filhas menores saem e chegam a hora que quer sem precisar dizer onde foi ou com quem. já ví criança batendo forte na cara da mãe e a mãe fazia inumeras ameaças e apanhava de novo e fazia ameaças durante todo o tempo que estavam no mercado, por que a mãe nao tinha dinheiro pra comprar o que a criança de 5 anos queria. Já ví tambem criança que fora apanhado para ser criado por madrinha, pois os pais ja haviam morrido, e eram tratada como escravo, se mijasse na cama era exposta na rua, com o short na cabeça para que todo mundo que a visse zombasse ou rezasse. No brasil temos muitas historias que poderiam ser trasformadas em música ou peças teatrais na categoria de “baseado e fatos reais”.
desculpa pelos ultimos comentarios
avida é dura
eu sei q a vida é dura
eu sei que essa letra é linda pois conta a realidade da desigualdade brasileira mostrando os excluidos e dizendo que a mae nao tinha outra soluçao se nao aceitar os roubos q o filho faz para sustentar-los
De tudo o que foi publicado, podemos resumir e enfatizar o que um dos colegas anunciou, a letra não faz distinçao de mãe e filho , mas sim de uma sociedade injusta e uma politica hipocrita que ao invés de lutar pelos menos favorecidos, buscam seus proprios interesses . E se uma gama da sociedade inteligente e instruida não quer ver e tão pouco contestar sobre os politicos do país , porque uma mae como a protagonista da musica seria capaz de fazer contra seu proprio filho?
Os direitos humanos não são aplicados na integra e quando será? Pois essa cançao é de 1981 e em tudo se vive o que se canta do meu guri .
É interessante perceber como podemos ler de várias maneiras e em épocas diferentes o mesmo texto. Nós leitores e ledores fazemos reflexões da letra em nossas realidades.Lendo ora mãe e filho como vítimas sociais,ora mãe que esconde a realidade e o guri que é menor infrator. Resumindo, ver as interpretações cheias de inferências (paticulares) na análise do hipertexto aqui colocado.
O interessante de tudo é que o protagonista dessa letra tão lindo realmente existiu por volta do início da década de 80 promovia alguns assaltos pelo subúrbio do Rio, mas chegando no final dessa mesma década o guri veio e falecer.Depois dessa notícia fiquei meio impressionado, e tive que admitir pela milésima vez que a letra dessa música é do c…
A musica faz referencia a exclusão social e o mais interessanete que os protagonistas não são colocados como vilões, pois é assim q a maioria da população vê as pessoas excluidas socialmente. As fala da mãe, mostra a inocência com qeue ela conta a sua historia e a do seu filho, q vê no roubo uma saida para sobreviver.
obrigado vcs me ajudaram marcus
yasmin arraes
Gente, estou incorformada com a prova da 1ª fase da UEPA (parte de português). Caiu um trecho desta lindíssima música do Chico… o trecho era: “Quando, seu moço, nasceu meu rebento. Não era o momento dele rebentar. Já foi nascendo com cara de fome. E eu não tinha nem nome para lhe dar…”, daí a mesma pediu que marcássemos a alternativa que expressasse melhor este trecho do texto, fazendo analogia com um outro trecho de música: “Pede paz, saúde, trabalho e dinheiro. Pede pelas crianças do país inteiro. Lararará!…”. Então, a resposta supostamente correta é a ausência de políticas públicas. Como assim, a música de Chico retrata a desigualdade social??! ESTOU INCONFORMADA!!!
O presente poema trata claramente da discriminação social que infelizmente é muito comum. A realidade destas pessoas são impostas a ela pelo fato de viverem à margem da sociedade. O que são direitos quando se está alienado????
A situação retratada na música é sim de pura exclusão social e suas as drásticas consequencias.
Essa mãe, sem muitas escolhas, acaba por escolhe ver sua “realidade” assim; e como toda mãe, ela tb sonha com o melhor pro seu rebento.
“Eu não disse que ele chagava lá…” a foto estampada no jornal como se fosse celebridade é uma forma de reconhecer isso.
acho que o foco principal da música é justamente a posição da mãe ante os atos do filho. ela sabe que o filho é bandido e que aqueles objetos são roubados e fica calada porque é cômodo pra ela?! ou será que ela é ingênua mesmo?!
a bolsa ja com tudo dentro seria uma bolsa roubada.a mae de tao inocente que acha que o documento dentro desta bolsa pode ser usado pra sua identificaçao.
Olha linda música que relata perfeitamente uma situação de exclusão social tão comum ainda no Brasil de hoje tantos anos após a composição desta música, tanto mãe como o filho são vitimas deste sistema social excludente, uma jovem despreparada que engravida, provavelmente, mãe solteira(Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…), sem experiência vai cuidando do filho sem saber direito o que tava fazendo (Como fui levando
Não sei lhe explicar…), o ciclo vai ficando vicioso ela nem sabia ser mãe não estava nos dados oficiais(me identificar), socialmente não existe, assim como a mãe nunca foi mãe por que não sabia como ser o filho nunca foi criança desde cedo teve que aprender a se virar ( eu o consolo, ele me consola, boto ele no colo pra ele poder ME NINAR/ SER MENINO, ja que a vida o negou isto), a infância roubada, não sei até que ponto a mãe não sabe da atividade do filho, eu acredito que é mais comodo pra ela fingir que não sabe, porque também o que ela podia oferecer a ele de diferente, nem nome ela podia oferecer, a fama desejada, o vencer na vida chega nas páginas de um jornal, menor morto(de papo pro ar) no mato, mas ele está lindo, pois descansou desta vida difícil e violenta, a notícia chega a mãe pelo jornal trazido por um policial ou autoridade “seu moço”
A letra além de estar pautada no amor incondicional da mãe,que prefere enxergar o filho, mesmo que esse seja um bandido, como seu Guri,seu filhinho,(talvez ela não soubesse mesmo que seu filho era bandido, ou então estava pintando ele de forma melhor pro “seu moço” da letra)
ainda aponta pra um desfecho onde parece que no fim da letra a mãe foge da realidade e prefere não acreditar que seu filho morreu(isso pq a dor é muito grande e não pq ela é pobre e sem estudos) distorcendo os fatos,fantasiando algo que lhe desse mais conforto num momento tão difícil.Talvez, depois de algum tempo, passado o trauma, ela caísse na realidade novamente.
Esplêndido!
A forma como Chico retrata o sentimento de orgulho da mãe é linda.
Esse “guri”, são nossos alunos de hoje que por conta de um sistema acabam entrando na criminalidade, e a escola acaba excluindo por conta de preconceitos .
A sensibilidade do Chico nessa musica e primorosa e retrata a sociedade atual.
Bom na minha opinião tanto a mãe quanto o Guri (filho) são vitimas e frutos de nossa sociedade,
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…
espectativa de futuro, o mesmo ja nasce com cara de fome
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…
Não se trata da inocência ou não da mãe, e sim do descaso social, das diferenças de classe e oportunidades que a sociedade impõem, as rejeições que a pessoa muitas vezes sofre por morar em morro, a falta de oportunidade, viver o dia pensando no amanhã deixando claro no trecho” já foi nascendo com cara de fome. eu não tinha nem nome pra lhe dar” imagine uma mãe que nem nome tem a dar ao filho imagine o resto.Com sonhos,mesmo que impossíveis, como mãe acreditamos em nossos filhos quando ainda ”E na sua meninice. Ele um dia me disse Que chegava lá…”, o que deixa claro também que o guri morre jovem.
Muitas letras do Chico são de cunho político. Porém esta em especial não retrata política e sim a supremacia do AMOR INCONDICIONAL.
Só tratam ele de coronel… Foi ele que mandou dinheiro pra gente vim… Vamos trabaiá em terra dele… Diz que só
pé de café tem tanto que nem se pode contar…
Então riam e afastavam para longe, como improcedentes e falsas, as afirmações dos que voltavam. Também nem
todo mundo pode se dar bem e ser feliz, prosperar e enricar. Alguns hão de ser pobres a vida toda. Esse era o raciocínio
das mulheres, mas cada uma se colocava entre os prováveis ricos e felizes. Era assim que esperavam o navio em
Juazeiro.
Gente, eu me formo esse ano em jornalismo e sou apaixonada por duas coisas: Fotografia e as canções de Chico, então resolvi fazer um ensaio fotografico sobre a obra dele. Estou fazendo uma releitura de 20 canções dele e interpretando cada letra em uma única imagem.
Como resultado nasceu o livro: A poesia de Chico Buarque em foto e verso.
Afinal, a mãe é inocente??
Só mesmo o Chico com a sua genialidade poderia compor uma música assim, apesar de ter sido composta há quase trinta anos continua atualíssima.
A sociedade continua produzindo guris, e ela mesma com os seus policiais continua matando o maior número possível inda mais quando eles são favelados e pretos, ou “quase pretos” como diz Caetano Veloso.
Guris continuam presentes mais do que nunca.
Mesmo não sendo alfabetizada – ela é capaz de identificar as iniciais do filho… – , não é provável que a mãe desconheça o significado do “retrato com venda nos olhos” ou que o associe a algum tipo de prestígio social.
Também ela alega não entender “essa gente fazendo alvoroço”. Ora, ninguém estranha o alvoroço das pessoas em torno de alguém famoso, bem sucedido, o que nos leva a crer que esse estranhamento da mãe com relação à reação das pessoas soe mais como uma forma de atenuar a gravidade dos feitos do guri, feitos esses que justificariam tanto o retrato com venda nos olhos como o “alvoroço dessa gente”.
O mais provável, creio, seja identificar na suposta ingenuidade da mãe uma metáfora do fechar de olhos da sociedade para a situação da infância brasileira.
Mais uma música genial que eu desconhecia a análise. Aliás, genial como todas as músicas de Chico. Graças a esse site, podemos ter noção da qualidade deste e de vários autores. Parabéns aos apreciadores de boa música.
Sim, o Guri é um bandido.
Mas, a música termina sem que a mãe descubra isso.
Ela acha que seu filho está no jornal por ter ficado famoso mesmo.
Nota-se que ela é analfabeta quando fala da penca de documentos que recebeu do filho, obviamente documentos roubados, que ela ia usar pra se identificar.
O que me intriga é a parte em que ela fala “O guri no mato acho que tá rindo” como pode ele morto e a mãe achar que ele está rindo?
Exatamente, Chico que expressar o pouco caso que a sociedade faz com as crianças desse país, as quais encaramos todos os dias nos faróis, perambulando nas ruas e já aceitamos e assumimos o fim delas: “eu não disse que ele chegava lá”. Já sabemos que serão futuros marginais e nos mantemos inertes: “olha aí”. Só olhamos mesmo, não fazemos nada.
A mãe representa a sociedade que fecha os olhos para os seus problemas.
Simplesmente Chico Buarque, o maior letrista do Brasil, junto com Noel Rosa, interpreta de forma brilhante um momento atual (sempre atual) de uma realizade brasileira. Atentem que a canção é de 1981 e decorridos 28 anos, parece que fala de um momento de 2009. Somente um gênio criativo como Chico pode eternizar numa canção (dentre tantas canções de sua lavra) um momento como esse. Chico, parabéns por nos encantar nos últimos 40 anos de nossas vidas.
Esiopoeta@gmail.com
O que deveria estar em questão aqui não é a mãe do guri, mas o descaso social e político a que estão expostas as pessoas de baixa renda. A figura mãe iludida representa a própria sociedade que finge não ver um problema tão explícito e se exime de qualquer responsabilidade, por crianças que adentram ao mundo do crime, adolescentes viciados em drogras e jovens mortos em consequencia de tudo isso. Não está em questão julgar a mãe, mas a própria sociedade omissa, iludida e que não se sente responsável por tantas vidas que são ROUBADAS do nosso convívio. Não se julga no caso a Mãe do Guri, mas a cada um de nós que prefere desviar o assunto e culpar “as mães” à assumir sua própria culpa.
como senpre as maes nao enchergao a verdade
Na minha opinião a mãe cria uma imagem falsa do filho, pois não quer crer que seja um bandido…
A letra também relata mto o valor que as pessoas dão à busca diária da realização pessoal, explicito na letra qdo diz, – Ele um dia me disse que chegava lá.
a mãe é inocente. veja a precoupação dela em ele ser assaltado. e quando vê o guri morto, ela pensa que ele finalmente encontrou descando depois de uma vida de tanto trabalho. Veja que ela fala orgulhosa que ele chegaria lá.
Ele apareceu no jornal mas talvez a mãe não saiba nem ler. Entendo que ela seja iludida justamente por acreditar ser o filho um trabalhador, coisa que ele não é.
A “bolsa já com tudo dentro” seria uma bolsa roubada. A mãe, de tão inocente, que acha que o documento dentro desta bolsa pode ser usado pra sua identificação.
Retificando uma afirmação apenas. A mãe do “Guri” não é inocente ou iludida quanto a atividade do filho. Ela cria em sua mente um filho trabalhador, sabendo esta não ser a verdade.
Isso fica claro na reportagem de jornal em que ele é identificado com venda nos olhos, legendas e iniciais. O que indica ser um menor incluso na vida do crime. E é a mãe que, relata tal coisa.
Ela não se espanta ao vê-lo morto, no mato, visto que era de seu conhecimento que, mais dia, menos dia, esse seria o destino de seu filho.
Complementando a análise da Giovanna. O ponto de vista relatado é o da inocente mãe de um bandido. Ela enxerga o filho como um trabalhador que sempre leva “compras” pra casa… Iludida, ela ainda se preocupa com o trajeto do filho, com medo que ele seja assaltado.
No fim ele aparece nos jornais, mas não pelo sucesso como empresário, político, ou qualquer outra coisa que orgulhasse a mãe. E sim como um criminoso.
Ela parece aliviada com sua morte: “Acho que está lindo de papo pro ar”.
Trata-se de uma linda e critica letra que no caso, o guri, se trata de um ladrao da sociedade.
”Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…”
nao sei queria saber
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essa musica nossa q linda sou legal te daoro te doro te doro te tetetettete doro
Não é uma mãe cega porque o rapaz é seu filho. É uma mãe ingênua pelas condições sociais precárias da vida.
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…’
(Uma criança que como tantas outras, nasceu em condições precárias, provavelmente prematuro e não planejado.)
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…’
(Mais uma vez fica nítida a condição social da ‘família’, sem nenhuma estrutura e planejamento)
Não sei lhe explicar…
Fui assim levando
Ele a me levar…’
(Como a criança ‘vingou’ nem ‘ela’ sabe devido as condições precárias. Mas o ‘guri’ desde cedo aprendeu a ‘se virar’ como pôde.)
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
Olha aí!
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…’
(Toda criança apegada a mãe e família faz planos e sonhos, às vezes sem nem saber exatamente quais são esses…)
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Tanta corrente de ouro
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…’
(A real inocência da mãe. Ela não ‘finge não ver’ ela REALMENTE não vê. A repetição das palavras ‘seu moço’ mostram também a simplicidade e ‘ignorância’ desta mãe)
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar…
Olha aí!’
(Neste trecho fica claro que a situação não é de alguém em situação de vida boa. Provavelmente um retirante, alguém que veio do sertão/roça e afins (regiões MUITO afastadas ou esquecidas pelo governo) sem acesso nem a cartórios para documentação ou abandonada… Um ‘povo esquecido’)
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Está um horror…’
(A mãe realmente não sabia que o próprio assaltante é seu filho. Para ela ele é um trabalhador digno)
Ele me consola…
Boto ele no colo
Prá ele me ninar..
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Olha aí!’
(Uma mãe carente e inocente pelas situações da sua vida que merece tanta atenção quanto o ‘guri’e encontra isto somente no filho)
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí!
É o meu guri
E ele chega…
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Eu não entendo essa gente
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…’
(Também fica claro o analfabetismo da mãe. Impossibilitando que ela leia todas as informações sobre seu filho e não entendendo o ‘alvoroço’ feito pelas ‘manchetes’ e o porquê de somente ‘as iniciais’)
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…’
(Ela não consegue nem perceber que o filho foi morto. Ela acha que ele está ‘se divertindo’ e que alcançou algo ‘maior’/ que faz sucesso/ que é bem sucedido)
Olha aí!
Olha aí!
Aí o meu guri
Olha aí!
Olha aí
É o meu guri ‘
Sim, de fato é uma forma de retratar a cegueira que o amor fraterno causa, e sim, também pode ser visto como uma certa omissão da mãe em não querer aceitar os atos errados dos filhos.
Vi que poucas pessoas aceitaram os comentários de que a classe social retratada é mesmo a mais baixa, mas que essa cena é comum em nossa sociedade em todas as classes sociais.
E o cenário se repete independente se o guri mora na favela e faz pequenos furtos ou mora naquele condomínio fechado traficando drogas pra playboyzada.
E ele chegou lá, se foi chefe do morro, político, banqueiro ou um lider comunitário eu não sei, mas chegou lá.
Letra que mostra a visão do pai com relação ao filho, claro que com várias ‘dicas’ de que o filho é bandido… aliás, a visão dos pais geralmente é esta mesmo, já vi alguns casos deste onde o pai não ‘conhece’ o filho. Ama, mas não conhece.
Não sei lhe explicar…Fui assim levando Ele a me levar…”
será que essa mãe era ingênua mesmo? muitas mãe hoje, como antigamente tmb fecham os olhos para o que os filhos fazem.
“Eu consolo ele
Ele me consola…” e eles se consolam, como se perante a desigaldade essa fosse a unica forma de sobrevivencia!
Comentário by claudio bernardo — 19 de fevereiro de 2011
fala que o menino nasceu na hora errada
com cara de fome etc
e quem nem tia nome pra lhe dar
mas ja parecia fala que o guri nao fazia a coisa certa
roubava
Legenda e as iniciais…
“quando seu moço, nasceu meu rebanho, nao era o momento, dele rebentar”
Nesse trecho podemos observar uma gravidez indesejada que na sua maioria das vezes trz conflitos para a familia.
“Já foi nascendo, com cara de fome, e eu nao tinha nem nome, pra lhe dar”
Esse trecho tem como foco os jovens marginalizados do centros urbanos.
“Chega no morro, com carregamento, pulseira,cimento,relógio, pneu, gravador”
Esse trecho aborda a questão do roubo,que por mais absurdo que seja dizer, já estar virando moda aontecer.
Observem que é um texto antigo,e mesmo depois de tanto tempo o que ele nos passa continua deflagrando uma realidade.Mas tambem pudera, chico Buarque é chico Buarque.
Os direitos humanos não são aplicados na integra e quando será? Pois essa cançao é de 1981 e em tudo se vive o que se canta do meu guri .
Essa mãe, sem muitas escolhas, acaba por escolhe ver sua “realidade” assim; e como toda mãe, ela tb sonha com o melhor pro seu rebento.
“Eu não disse que ele chagava lá…” a foto estampada no jornal como se fosse celebridade é uma forma de reconhecer isso.
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar…), sem experiência vai cuidando do filho sem saber direito o que tava fazendo (Como fui levando
Não sei lhe explicar…), o ciclo vai ficando vicioso ela nem sabia ser mãe não estava nos dados oficiais(me identificar), socialmente não existe, assim como a mãe nunca foi mãe por que não sabia como ser o filho nunca foi criança desde cedo teve que aprender a se virar ( eu o consolo, ele me consola, boto ele no colo pra ele poder ME NINAR/ SER MENINO, ja que a vida o negou isto), a infância roubada, não sei até que ponto a mãe não sabe da atividade do filho, eu acredito que é mais comodo pra ela fingir que não sabe, porque também o que ela podia oferecer a ele de diferente, nem nome ela podia oferecer, a fama desejada, o vencer na vida chega nas páginas de um jornal, menor morto(de papo pro ar) no mato, mas ele está lindo, pois descansou desta vida difícil e violenta, a notícia chega a mãe pelo jornal trazido por um policial ou autoridade “seu moço”
ainda aponta pra um desfecho onde parece que no fim da letra a mãe foge da realidade e prefere não acreditar que seu filho morreu(isso pq a dor é muito grande e não pq ela é pobre e sem estudos) distorcendo os fatos,fantasiando algo que lhe desse mais conforto num momento tão difícil.Talvez, depois de algum tempo, passado o trauma, ela caísse na realidade novamente.
A forma como Chico retrata o sentimento de orgulho da mãe é linda.
A sensibilidade do Chico nessa musica e primorosa e retrata a sociedade atual.
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar…
espectativa de futuro, o mesmo ja nasce com cara de fome
Ele um dia me disse
Que chegava lá…
E veloz do batente
E traz sempre um presente
Prá me encabular…
Seu moço
Que haja pescoço
Prá enfiar…
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá…
Olho pro lado
E o danado
Já foi trabalhar
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais…
Seu moço
Fazendo alvoroço
Demais…
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo
Eu não disse
Seu moço
Ele disse que chegava lá…
pé de café tem tanto que nem se pode contar…
Então riam e afastavam para longe, como improcedentes e falsas, as afirmações dos que voltavam. Também nem
todo mundo pode se dar bem e ser feliz, prosperar e enricar. Alguns hão de ser pobres a vida toda. Esse era o raciocínio
das mulheres, mas cada uma se colocava entre os prováveis ricos e felizes. Era assim que esperavam o navio em
Juazeiro.
Como resultado nasceu o livro: A poesia de Chico Buarque em foto e verso.
A sociedade continua produzindo guris, e ela mesma com os seus policiais continua matando o maior número possível inda mais quando eles são favelados e pretos, ou “quase pretos” como diz Caetano Veloso.
Guris continuam presentes mais do que nunca.
Também ela alega não entender “essa gente fazendo alvoroço”. Ora, ninguém estranha o alvoroço das pessoas em torno de alguém famoso, bem sucedido, o que nos leva a crer que esse estranhamento da mãe com relação à reação das pessoas soe mais como uma forma de atenuar a gravidade dos feitos do guri, feitos esses que justificariam tanto o retrato com venda nos olhos como o “alvoroço dessa gente”.
O mais provável, creio, seja identificar na suposta ingenuidade da mãe uma metáfora do fechar de olhos da sociedade para a situação da infância brasileira.
Mas, a música termina sem que a mãe descubra isso.
Ela acha que seu filho está no jornal por ter ficado famoso mesmo.
Nota-se que ela é analfabeta quando fala da penca de documentos que recebeu do filho, obviamente documentos roubados, que ela ia usar pra se identificar.
Esiopoeta@gmail.com
A “bolsa já com tudo dentro” seria uma bolsa roubada. A mãe, de tão inocente, que acha que o documento dentro desta bolsa pode ser usado pra sua identificação.
Isso fica claro na reportagem de jornal em que ele é identificado com venda nos olhos, legendas e iniciais. O que indica ser um menor incluso na vida do crime. E é a mãe que, relata tal coisa.
Ela não se espanta ao vê-lo morto, no mato, visto que era de seu conhecimento que, mais dia, menos dia, esse seria o destino de seu filho.
No fim ele aparece nos jornais, mas não pelo sucesso como empresário, político, ou qualquer outra coisa que orgulhasse a mãe. E sim como um criminoso.
Ela parece aliviada com sua morte: “Acho que está lindo de papo pro ar”.
”Chega no morro
Com o carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador…”