terça-feira, 1 de outubro de 2013



Pontuação no texto "Meu primeiro beijo".



 Tome por base a crônica “Meu Primeiro Beijo” (BARRETO, Antonio. in: Balada do Primeiro Amor. São Paulo: FTD, 1997, p. 134-136), ou outra crônica de sua preferência e examine o uso da pontuação, observando os efeitos de sentido a partir das escolhas do autor. Elabore uma situação de aprendizagem, com pelo menos três atividades, para trabalhar com seus alunos o uso da pontuação nessa crônica.
   

Elaboração de uma situação de aprendizagem: o uso dos sinais de pontuação.


4 aulas de 50 min.
Turma - 9ºano

1º passo:

  •  Ativação do conhecimento prévio dos alunos:

Em uma roda de conversa com os alunos(trabalhando a oralidade):


  • Por que há a necessidade de confidants os textos?
  • O que vocês já sabem sobre os sinais de pontuação?
  • Quais são os mais usados?
  • Quais os menos usados?
2º passo: Sala de informática: relembrando o conteúdo sobre os sinais de pontuação.

Acessem os links:




Cada aluno deverá sistematizar seus conhecimentos e postar no grupo secreto da classe criado pelo professor no Facebook .Ele poderá ampliar a pesquisa postado vídeos que serão visualizados pelos colegas de classe.

3º passo: praticando.


Trabalhe com a turma reunida em grupos propondo que realizem a próxima atividade visando a garantir que as mensagens se tornem claras e objetivas, pelo uso da pontuação adequada.
Leia o texto

Texto I.
A herança
Um homem rico estando muito mal de saúde, pediu que lhe trouxessem papel e tinta.
Escreveu o seguinte:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres .
Deu o último suspiro antes de ter podido fazer a pontuação. A quem, afinal, deixava sua fortuna?
Eram apenas quatro os citados.
No dia seguinte, ao receberem o papel, cada um dos citados deu ao texto a pontuação e a interpretação que lhe favorecia. 


Reescreva o texto pontuando da mesma forma que eles.
O sobrinho fez a seguinte pontuação:
A irmã chegou em seguida e o pontuou assim:
O padeiro pediu cópia do original e o deixou dessa forma:
A notícia se espalhou pelas redondezas e um sabido homem representando os pobres deixou o texto desse jeito:
Após a realização da atividade, discuta com os alunos o uso das vírgulas, do ponto final, do ponto-e-vírgula e de outros sinais que tenham usado para concluir as mensagens.
Registre as conclusões a respeito do uso desses sinais de pontuação. Depois de fazer isso, as convenções sobre o uso da pontuação ganharão significado, posto que realizadas dentro de um contexto e em verdadeira situação de uso.

Ao final do exercício, o professor divulgará como deveria ficar cada um dos textos. 

Resposta:

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito :
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Então, chegaram os pobres da cidade. Espertos, fizeram esta interpretação: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais ! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.


                                                                             




 Texto II.

MEU PRIMEIRO BEIJO 
  



 António Barreto

É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos: " Você é a glicose do meu metabolismo. Te amo muito! Paracelso" E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar. No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo: - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida. Mas ele continuou: - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos: - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias... Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos. E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo. Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível! BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
1ª atividade: leitura do texto feita pelo professor sem nenhuma entonação e não respeitando nenhum sinal de pontuação.
A seguir, pedir para alguns alunos lerem o texto usando entonação e respeitar os sinais de pontuação.
Agrupar os alunos em pares e propor a elaboração de uma síntese sobre os efeitos que os sinais de pontuação provocam em um texto.
Socializar as diversas opiniões e debater o assunto com a classe: O texto bem pontuado e a compreensão do leitor.

2ª atividade:explique a diferença no sentido das frases quando mudamos a pontuação.
A) 

    1. Pode? --------------------------------------------------------------------------------
    2. Pode!--------------------------------------------------------------------------
    3. Pode...------------------------------------------------------------------------

      B)   

      1. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante.--------------------------------------------------------------
      2. Ele beijou.A pontinha do meu nariz? Fechei os olhos e senti meu coração. Ofegante...-------------------------------------------------------------------
      3.  Ele beijou? A pontinha de meu nariz? Fechei os olhos e senti meu coração ofegante!!! --------------------------------------------------------------------------------  
      3ª Atividade: reescreva a história sob a perspectiva de Paracelso e justifique a utilização dos sinais de pontuação nesse texto.
      Depois  que o professor revisar os textos, eles serão expostos no mural da classe .   


      Texto III    

             

      Pontuar? Depende do gênero, do leitor...


      Use diferentes textos e revele as diversas possibilidades que os sinais gráficos oferecem


      Separar frases com vírgulas pode? E terminar uma oração interrogativa com reticências? Ao criar um texto — e também ao corrigi-lo —, todo mundo enfrenta dúvidas desse tipo. Mas talvez não seja o caso de se angustiar tanto diante das incertezas. Afinal, os linguistas garantem: em pontuação, não existe certo ou errado. Só o "depende"... Depende da intenção do autor, do gênero do texto, do leitor que se quer alcançar. Os sinais que tanto atormentam estudantes (e mestres) nada mais são do que formas gráficas de atribuir significado e dar coesão ao que criamos, garantindo que a mensagem será entendida. Com as mesmas palavras, na mesma sequência, conseguem-se diferentes sentidos. Duvida? Faça o teste abaixo.

      TESTE
      Que pontuação usar? Para provar que existem diversas possibilidades, preparamos um teste. Quantas formas você encontra para pontuar a frase abaixo?

      Meu relógio sumiu não está na gaveta Você pode considerá-la como um diálogo ou a reflexão de uma só pessoa. Só não pode mudar a ordem das palavras. Veja na página seguinte algumas das respostas possíveis, com a interpretação de cada uma.

      Aqui, algumas respostas para o teste anterior 
      — Meu relógio sumiu. Não está na gaveta!
      Afirmação e constatação indignada de quem fala

      — Meu relógio sumiu?
      — Não está na gaveta?
      Diálogo com questão em dúvida e resposta em réplica

      — Meu relógio sumiu não, está na gaveta.
      Negação do sumiço do objeto e afirmação do local onde o objeto se encontra

      — Meu relógio sumiu?
      Não está na gaveta?
      Dúvida do narrador e um princípio de desespero pela situação

      — Meu relógio sumiu?
      — Não, está na gaveta!
      Dúvida na questão e certeza na resposta

      Meu relógio sumiu...
      Não está na gaveta...
      Reflexão do personagem, pode ser que ele esteja pensando em outra possibilidade...

      — Meu relógio sumiu, não?
      — Está na gaveta! 
      Dúvida na pergunta e certa rispidez na resposta                                            


      O JOGO DOS ERROS DE PORTUGUÊS

      Brinque neste jogo e evite 100 erros comuns da língua portuguesa




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