segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A Casa do Berço Azul


Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho Língua e Literatura – 2ª série Mara Virginia

Leia:

A Casa do Berço Azul

‘Dona Marcionilha e seu Chico Fiscal.

Era a casa deles.
Gostavam de flores, de vasos e de roseiras.
Um quintal muito grande de fruteiras fartas e escolhidas.
Criação de lebres e de coelhos, da meninada.
Gaiolas dependuradas.
Alçapões. Balanços pelos galhos.
Meninos brincando.
Meus e deles.
Passarinhos.
Frutas maduras pelos galhos, pelo chão.
Geração passada...

A Casa do Berço Azul...
Minha casa amiga...

De dois em dois anos descia do alto da parede da despensa,
onde ficava ancorado, o barquinho de uma nova vida,
prestes a chegar.
Vinha para a terra o pequenino barco.
Seu Chico tomava de um pincel e uma lata de tinta
e pintava o berço, sempre de azul. Renovava o pequeno colchão,
o pequeno travesseiro cheio de paina fina e nova.
Pela casa, panos macios, flanelas,
claros agasalhos, camisinhas, bordados delicados,
rendas, e sempre ela tricotando um xaile de lã azul,
que mostrava sorrindo e feliz às suas amigas.” Cora Coralina

1. Como o eu lírico compõe as lembranças trazidas pela memória?
2. Alem do saudosismo, que outros sentimentos o poema evoca no leitor?
3. que objetos se destacam, no poema, como elementos evocadores de memória? Por quê?
4. A cor azul apresenta alguma simbologia no texto? Esclareça sua resposta.
5. De que forma se criou uma imagem bem viva e real do passado?
6. Retire do texto os substantivos.
7. Explique por que o texto pode ser chamado um ‘poema substantivo’. Transcreva trechos que comprovem sua resposta.

Meu guri


Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Disciplina: Língua portuguesa Profª: Kátia Série: 2º turma: ___
Aluno(a):_____________________________________________
TEXTO

Meu guri

Quando seu moço, nasceu meu rebento Chega no morro com o carregamento
Não era o momento de ele rebentar Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Já foi nascendo com cara de fome Rezo até ele chegar cá no alto
E eu não tinha nem nome pra lhe dar Essa onda de assaltos ta um horror
Como fui levando, não sei lhe explicar Eu consolo ele, ele me consola
Fui assim levando, ele a me levar Boto ele no colo pra ele me ninar
E na sua meninice ele um dia me disse De repente acordo, olho pro lado
Que chegava lá E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí Olha aí, é o meu guri
Olha aí, ai o meu guri, olha aí E ele chega
Olha aí, é o meu guri
E ele chega Chega estampado, manchete, retrato
Com vendas nos olhos, legenda e as iniciais
Chega suado e veloz do batente Eu não entendo essa gente, seu moço
E traz sempre um presente pra me encabular Fazendo alvoroço demais
Tanta corrente de ouro, seu moço, O guri no mato, acho que tá rindo
Que haja pescoço pra enfiar Acho que tá lindo de papo pro ar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Desde o começo eu não disse, seu moço?
Chave, caderneta, terço e patuá Ele disse que chegava lá
Um lenço e uma penca de documentos Olha aí, olha aí
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri.
Olha aí, é o meu guri
E ele chega ( Chico Buarque de Holanda )
Vocabulário
Rebento: filho (sentido figurado).
Rebentar: nascer ( sentido figurdo).
Batente: trabalho diário.
Patuá: espécie de amuleto
Alvoroço: alarde, tumulto.

QUESTÕES SOBRE O TEXTO

1- Responda às questões:
a- Qual é o tema da canção “Meu guri” de Chico Buarque?
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b- Quem conta a história do menino? Copie um verso da canção que justifique sua resposta.
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2- Na última estrofe, o que a mãe pensa ao ver a foto do filho no jornal? O que realmente aconteceu?
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3-Substitua a seguinte expressão denotativa (isto é, que apresenta o sentido real das palavras) por outra, em linguagem figurada, que se encontra no poema lido.
Ele me disse que venceria!
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4-“Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular”
Por que o guri chega sempre suado e veloz do trabalho?
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5- Por que a bolsa que o guri deu de presente à sua mãe já vinha com tudo dentro?
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6- Que ironia há nestes versos: “Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror”
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7-Que outro título você poderia dar a esta música?
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SÁBADO, 1 DE AGOSTO DE 2009

Apelo - texto


Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho Profª: Mara Virginia Série: ___ Turma:___
Aluno(a):_________________________________________________________________
TEXTO

Apelo

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(Dalton Trevisan)
A carta constitui uma das formas de composição de um texto. Por meio dela se estabelece uma comunicação por escrito, endereçada a uma ou várias pessoas.
Exercício
1- A pessoa que escreve a carta chama-se remetente e a pessoa a quem se destina a carta chama-se destinatário.
No texto “Apelo”:
a) Quem é o remetente? b) Quem é o destinatário?
____________________________________ ___________________________
2- Toda carta possui um determinado objetivo. Qual o objetivo desta carta?
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3- O narrador revela no texto os vários sentimentos experimentados pela ausência de sua mulher. Nos primeiros dias, o narrador não sente de ausência de sua mulher.
a) Em que aspecto a não-presença da mulher na casa é favorável ao narrador?
_________________________________________________________________________
b) Identifique a frase do texto que transmita a seguinte informação: durante a primeira semana, não senti a sua ausência.
_________________________________________________________________________
c) Retire do texto uma frase que expresse a ausência da mulher.
_________________________________________________________________________
4- O narrador menciona alguns fatos que, gradativamente, foram revelando a ausência da mulher. Transcreva alguns desses fatos.
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5- Em que frase do texto o narrador informa a solidão provocada pela ausência da mulher?
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6- Por que o narrador foi “... beber com os amigos...”?
_________________________________________________________________________7- O narrador compara a mulher à “... última luz na varanda.” Explique essa comparação.
_________________________________________________________________________
8- Explique o que o autor quis dizer com a seguinte frase:
“ As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham.”
_________________________________________________________________________9- A palavra “Senhora” adquire no texto um sentido especial, seja pelo ritmo em que aparece nas frases, seja pela grafia, usada com o valor de substantivo próprio. O que sugere no texto o emprego desta palavra?
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10- Na frase “a pilha de jornais ali no chão ninguém os guardou debaixo da escada”, o pronome oblíquo os, se refere ao que?
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SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2009

Rosa de Hiroshima


Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho Redação

Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Composição: Vinícius de Moraes e Gerson Conrad

1. Qual é o tema desse poema?
2. Retire do poema as palavras que nos remetem imediatamente ao seu tema.
3. O poema pode ser divido em duas partes: causa e conseqüência. Identifique-as.
4. Explique a metáfora expressa em: “ A rosa de Hiroshima”
5. Que sensação o poema provoca em você? Justifique.
6. “Sem cor sem perfume / Sem rosa sem nada”. Explique o sentido da expressão sem nada nesse contexto.
7. Como cidadão, você aprova o uso do dinheiro público para fabricar armamentos?

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