domingo, 1 de setembro de 2013

O JOVEM E A LEITURA..UM NOVA PERSPÉCTIVA

Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva
Youth and reading: a new perspective
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. Tradução Celina Olga
de Souza. São Paulo: Editora 34, 2008.
Nathalie Vieira Neves
Flávia Brocchetto Ramos
Universidade de Caxias do Sul
Michèle Petit ainda é pouco conhecida no Brasil. É uma antropóloga
francesa, pesquisadora do Laboratório de Dinâmicas Sociais e Recomposição
dos Espaços, do Centre National de la Recherche Scientifique, na França, e
com obras traduzidas em vários países da Europa e da América Latina, como
Éloge de la lecture: la construction de soi (2002) e Une enfance au pays des
livres (2007), entre outras. A primeira tradução da pesquisadora no Brasil é
Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva, que trata das múltiplas dimensões
envolvidas no ato de ler. Baseada em entrevistas realizadas com jovens da
zona rural e da periferia de grandes cidades da França, Petit reflete sobre a
importância da leitura para a formação humana e para a inclusão social. A
obra está dividida em quatro partes, referentes às quatro palestras ministradas
no México em 1998, a saber: “As duas vertentes da leitura”; “O que está em
jogo na leitura hoje em dia”; “O medo do livro”; e “O papel do mediador”.
No prefácio à edição brasileira, Michèle Petit revela a alegria de ter
voltado à América Latina, continente ao qual nunca mais havia regressado
após seu retorno à França quando tinha 15 anos, depois de ter vivido por dois
anos na Colômbia. Ainda associa, a partir dos dados educacionais e socioeconômicos da França, o fracasso escolar e universitário à falta de preparo para
interagir com a cultura escrita, ou seja, à não imersão no mundo da leitura. Em
entrevistas, Petit constatou que, para muitos jovens de bairros marginalizados,
a biblioteca representou um local estruturante, onde podiam ter uma relação
mais autônoma com o conhecimento, de modo que a leitura significou um auxí-
lio para a compreensão do seu mundo interior e, por consequência, do mundo
exterior. Nesse contexto, a leitura não é capaz de reparar as desigualdades ou

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