segunda-feira, 23 de setembro de 2013



E agora José? (Drummond)

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Alunoa(a)______________ Série: _________

Leia:


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?

(Carlos Drummond de Andrade)

1. José teria, segundo o poeta, possibilidades de alterar seu destino. Essas possibilidades estão sugeridas:
a) na 5ª e 6ª estrofes.
b) na 1ª, 2ª, 3ª estrofes.
c) na 3ª,4ª e 6ª estrofes.
d) na 4ª e 5ª estrofes.
e) n.d.a.

2. Só não é linguagem figurada:
a) "sua incoerência, seu ódio"
b) "seu instante de febre"
c) "seu terno de vidro"
d) "sua lavra de ouro"
e) n.d.a.

3. Das possibilidades sugeridas pelo poeta para que José mudasse seu destino,a mais extremada está contida no verso:
a) "se você tocasse a valsa vienense"
b) "se você morresse"
c) "José, para onde?"
d) "quer ir para Minas"
e) n.d.a.

4. Para o poeta, José só não é:
a) alguém realizado e atuante.
b) um solitário
c) um joão-ninguém frustrado.
d) alguém sem objetivo e desesperançado.
e) n.d.a.

5. José é um abandonado. Essa ideia está bem traduzida:
a) na 4ª estrofe
b) na 5ª estrofe
c) no 12º, 13º w 14º versos da 2ª estrofe e nos sete primeiros da 6ª estrofe.
d) no 8º e no 9º versos da 1ª estrofe.
e) n.d.a.

6. "A noite esfriou" é um verso repetido. Com isso, o poeta deseja:
a) deixar bem claro que José foi abandonado porque fazia frio.
b) traduzir a ideia de que José sentiu frio porque anoiteceu.
c) exprimir que, após o término da festa, a temperatura caíra .
d) intensificar o sentimento de abandono, tornando-o um sofrimento quase físico.
e) n.d.a

7. O verso que exprime concisamente que José é "ninguém" é:
a) "você faz versos"
b) " a festa acabou"
c) "você que é sem nome"
d) "que zomba dos outros"
e) n.d.a.

8. O verso que expressa essencialmente a ideia de um José sem norte é:
a) "José, para onde?"
b) "sozinho no escuro"
c) "mas você não morre"
d) "E tudo fugiu"
e) n.d.a.

9. A ssinale a alternativa falsa a respeito do texto:
a) José é alguém bem individualizado e a ele o poeta se dirige com afetividade.
b) O ritmo dos sete primeiro versos da 5ª estrofe é dançante.
c) "Sem teogonia" significa "sem deuses", "sem credo", "sem religião".
d) Os versos são redondilha menor porque tal ritmo se ajusta perfeitamente à intimidade,singeleza e espontaneidade das ideias.
e) n.d.a.


Gabarito

1. d
2. a
3. b
4. a
5. c
6. d
7. c
8. a
9. a

SEGUNDA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 2009

O diamante - Verisssimo


O diamante

Um dia, Maria chegou em casa da escola muito triste. - O que foi? - perguntou a mãe de Maria. Mas Maria nem quis conversa. Foi direto para o seu quarto, pegou o seu Snoopys e se atirou na cama, onde ficou deitada, emburrada.
A mãe de Maria foi ver se Maria estava com febre. Não estava. Perguntou se Maria estava sentindo alguma coisa. Não estava. Perguntou se estava com fome. Não estava. Perguntou o que era, então.
- Nada - disse Maria.
A mãe resolveu não insistir. Deixou Maria deitada na cama, abraçada com o seu Snoopy, emburrada. Quando o pai de Maria chegou em casa do trabalho, a mãe de Maria avisou:
- Melhor nem falar com ela...
Maria estava com cara de poucos amigos. Pior. Estava com cara de amigo nenhum.
Na mesa do jantar, Maria de repente falou:
- Eu não valo nada. O pai de Maria disse:
- Em primeiro lugar, não se diz "eu não valo nada". É "eu não valho nada". Em segundo lugar, não é verdade. Você valhe muito. Quer dizer, vale muito.
- Não valho.
- Mas o que é isso? - disse a mãe de Maria. - Você é a nossa filha querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade.
Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas.
- Só na minha aula tem sete Marias!
- Querida... - começou a dizer a mãe. Mas o pai interrompeu.
- Maria - disse o pai -, você sabe por que um diamante vale tanto dinheiro?
- Porque é bonito.
- Porque é raro. Um pedaço de vidro também é bonito. Mas o vidro se encontra em toda parte. Um diamante é difícil de encontrar. Quanto mais rara é uma coisa, mais ela vale. Você sabe por que o ouro vale tanto?
- Por quê?
- Porque tem pouquíssimo ouro no mundo. Se o ouro fosse como areia, a gente ia caminhar no ouro, ia rolar no ouro, depois ia chegar em casa e lavar o ouro do corpo para não ficar suja. Agora, imagina se em todo o mundo só existisse uma pepita de ouro.
- Ia ser a coisa mais valiosa do mundo.
- Pois é. E em todo o mundo só existe uma Maria.
- Só na minha aula são sete.
- Mas são outras Marias.
- São iguais a mim. Dois olhos, um nariz...
- Mas esta pintinha aqui nenhuma delas tem.
-É...
- Você já se deu conta de que em todo o mundo só existe uma você?
- Mas, pai...
- Só uma. Você é uma raridade. Podem existir outras parecidas. Mas você, você mesma, só existe uma. Se algum dia aparecer outra você na sua frente, você pode dizer: é falsa.
- Então eu sou a coisa mais valiosa do mundo.
- Olha, você deve estar valendo aí uns três trilhões... Naquela noite a mãe de Maria passou perto do quarto dela e ouviu Maria falando com o Snoopy:
- Sabe um diamante?

(Luis Fernanado Veríssimo, O santinho. 3.ed. Porto Alegre, 1991)

Estudo do Texto
1. Maria Chega da escola triste.
a) O que a mãe de MAria pensa que ela tem?

b) Qual o verdadeiro motivo da tristeza de MAria?

2. O pai e a mãe de MAria utilizam argumentos diferentes para convencêla de que ela tem muito valor.
a) Que argumento o pai utiliza?

b) Qual o argumento da mãe?

3. O pai de Maria faz uma comparação. A que ele compara a menina?

4. O que haveria de comum entre a menian e o objeto comparado?

5. No início do texto, Maria, emburrada, fica em seu quarto abraçada ao Snoopy. No final do texto, ela diz ao bichinho: "- Sabe um diamante?". Na sua opinião:
a)O que o bichinho representa para Maria?

b)O que ela pode ter dito ao Snoopy quando estava triste?

c) O que você acha que ela vai dizer ao Snoopy agora?

6. Na frase: Mas Maria nem quis conversa. Que palavra poderia substituir nem?

7. Retire do texto outra frase em que a palavra nem aparece com o mesmo significado.

8. Na frase: Maria não tinha febre e nem estava sentindo nada. O que significa a palavranem?

Obs: Atividade para o 6 e 7 ano

QUINTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2009

Somem Canivetes

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Disciplina: Língua Portuguesa Data: _____________
Série: _______________ Turma: _________

Leia:

Somem Canivetes

Fica proibido o canivete
em aula, no recreio, em qualquer parte
pois num país civilizado
entre estudantes civilizadíssimos,
a nata do Brasil,
o canivete é mesmo indiscupável.

Recolham-se pois os canivetes
sob a guarda do irmão da Portaria

Fica permitido o canivete
nos passeios à chácara
para cortar algum cipó
descascar laranja
e outros fins de rural necessidade.

Restituam-se pois os canivetes
a seus proprietários
com obrigações de serem recolhidos
na volta do passeio, e tenho dito.

Só que na volta do passeio
verificou-se com surpresa:
no matinho ralo da chácara
todos os canivetes tinham sumido.

(Carlos Drummond de Andrade, Esquecer para lembrar, Rio de Janeiro, José Olympio, 1979. p. 105)


Estudando o texto:
1. Quem proibiu o uso de canivete?

2. Que argumentos foram usados para a proibição do uso de canivete?

3. Como podemos saber que o colégio é de uma Instituição religiosa?

4.Qual o local que é permitido usar canivete?

5. No poema há dois grupos: o que reprime e o que é reprimido, identifique-os e opine quem tem razão.

6. Identifique a frase em que a palavra irmão tem o mesmo sentido do texto:
a) O irmão mais velho de Jorge é responsável pela família.
b) Nas horas de lazer , Irmão José explica-nos passagens da Bíblia.

7. Identifique o sentido com que a palavra ralo foi empregada nas frase:
a) O ralo da pia está quebrado.
b) O capim está ralo.
c)Preciso de um ralo para ralar o queijo.
d)Os cabelos de Pedro está cada dia mais ralo.

8. Qual o sentido da palavra nata no poema de Drummond?

9. Você acha certo ou errado as pessoas usarem canivete?

10. O poema de Drummond fala de canivete ( uma arma), você é a favor ou contra o desarmamento do cidadão brasileiro? Justifique sua resposta.

Obs: Usar no 6º e 7º ano do E. Fundamental

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