segunda-feira, 23 de setembro de 2013




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SEXTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2010

Texto A descoberta do mundo

A descoberta do mundo

O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce , estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesmo, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria minha ignorância um modo sonso e inconsciente de me manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube coisas que nem eu mesma sei que sei.
As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.
Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. Só que também ela era um amenina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas por quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca iria me casar.
Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.
Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amo. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar um flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.
( Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115)
I- Compreensão e Interpretação de Texto

1.Como a narradora faz sua própria descrição? ____________________________________________________________________________________________________________________________
2.Por que o título do texto é “A descoberta do mundo”? Explique?
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3. De acordo com o contexto em que está inserido, a que a narradora-personagem se refere quando menciona “os fatos da vida”?
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4. Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos.

I – Fui precoce em muitas coisas.
II – Meu instinto precedera a minha inteligência.
III – O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto.
IV – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua?

a) atrasada/adiantou/insuportável/ dissimulado/compreensível.
b) adiantada/ surgiu depois/admirável/ fantástico/inteiro/atrevido.
c) prematura/surgiu antes/admirável/inteiro/dissimulado (x)
d) nenhuma das alternativas

5. Retire do texto duas locuções adverbiais, depois dê as circunstâncias que elas indicam.
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6. Preencha o quadro com as informações pedidas sobre os verbos retirados do texto:

Verbo Infinitivo Conjugação Pessoa Número Tempo Modo
Quero
Estava
Chamam

7. Marque a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas de acordo com as novas regras ortográficas.

a) guarda-chuva/ para-quedas/ manda-chuva/ couve-flor
b) guarda-chuva/ paraquedas/ mandachuva/ couve-flo (x)
c) anti-inflamatório/ microônibus/ mal-criado/ autorretrato.
d) anti-inflamatório/ micro-ônibus/ mal-criado / auto-retrato
e)Maria-mole/ arco-íris/ microônibus/ autorretrato]

8. Leia a frase a seguir, depois reescreva passando para o futuro do subjuntivo:
“ ... populações inteiras abandonaram suas aldeias e cidadezinhas...”
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Texto: O baile

O baile
Levei um monte de tempo me vestindo. Não tinha roupa que servisse. Não gosto de festas, bailes menos ainda. A Morecy faz 13 anos. Eu não se que roupa a gente tem que pôr quando a melhor amiga da gente faz 13 anos. Pra falar a verdade, preferia te pego uma gripe e curtido febre na cama. Não pus o vestido verde porque fico com cara de defunto. O amarelo ficou dançando, acho que emagreci. Como sempre, acabei indo com o xadrezinho, que é meio manjado, mas me sinto bem.
Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho. Não gosto do meu cabelo liso e muito fino. Nem da minha cara sem pó de arroz. Mas também de pó de arroz não fico bem.
Acho que levei umas duas horas me aprontando. Cheguei tarde, todo mundo já estava lá. Tinha luz negra, um montão de gente dançando e eu encabulei vendo o Luiz do outro lado do salão, conversando com os amigos.
Fiquei de pé também, falando com Maria Luíza, aquela bem alta que todo mundo tia sempre pra dançar porque é linda, parece Dominique Sanda. Pegamos uns copos com guaraná e ficamos bebendo, enquanto ela me contava a briga que tinha tido com a D. Rita. Depois nós fomos dançar sozinhas mesmo. E na quarta música o Luiz veio falar comigo.
Foi daí que a gente saiu pro terraço e ele perguntou se eu gostava mesmo dele. Disse que sim. E é verdade, eu gosto um pouco dele. Então ele disse que se eu gostava mesmo era pra eu dar um beijo nele. Eu dei, no rosto. Ele disse que ali não valia, tinha que ser na boca. Ele falava e sorria, mas eu percebi que ele estava um pouco sem jeito, porque toda hora olhava pros lados, pra ver se não vinha ninguém.
Daí ele pegou na minha mão e depois me abraçou e ficou falando que gostava muito de mim, que eu tinha um cabelo bem macio, e eu pensei que poderia ser macio, mas era fino e liso demais. Daí ele disse que não gostava de menina que usava pintura, que ficava com cara de palhaço e que eu era bem natural. Foi bem essa palavra que ele usou: natural. Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele falar desse jeito. Aí ele foi chegando, me beijando o cabelo, a testa, descendo pelo nariz e eu deixando porque vinha subindo em mim um calor gostoso, uma espécie de moleza que eu nunca tinha sentido antes...
(Mirna Pinsky. Iniciação. Belo Horizonte, Comunicação, 1980)
I – Compreensão e Interpretação do Texto
1. Quem é a principal personagem do texto? Dê duas características dela.
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2. Como essa personagem se sente em relação à festa?
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3. Por que a narradora demora “umas duas horas” para se arrumar para a festa?
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4. Marque a alternativa correta em relação ao(s) sentimento(s) que a narradora precisou vencer para ir ao baile.
I – Medo II – Angústia III – Pânico IV – Insegurança V – Euforia
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II e III estão corretas.
c) Apenas A I e IV estão corretas.
d) Apenas a II e V estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
5. Muitas vezes o texto nos dá pista do tempo e do espaço da narração. Em sua opinião em que época este tipo de “paquera” ocorreu? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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II – Análise Linguística:
  1. Assinale a alternativa que contenham sublinhados, apenas, os determinantes do substantivo em negrito:
a) “Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho.”
b) “Daí ele pegou na minha mão...”
c) “Não gosto do meu cabelo liso e muito fino”. (x)
d) Nenhuma alternativa anterior.
  1. Leia as frases abaixo, depois classifique os pronomes grifados:
a) “ Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele fala desse jeito.”
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  1. Volte à questão anterior e responda:
a) Os pronomes destacados são do tipo que acompanham ou substituem os substantivos?
ELE ____________________________ DESSE ______________________
b) Quais são os substantivos que eles estão acompanhando ou substituindo? Se necessário volte ao texto “ O baile”.
ELE _____________________________ DESSE ______________________
  1. Marque a alternativa que contenha erro em relação à formação do plural dos substantivos compostos e, em seguida, faça as devidas correções:
a) Guarda-roupas, couves-flores, almas-gêmeas.
b) Guardas-roupa, couve-flores, alma-gêmeas.(x)
c) Guarda-chuvas, águas-de-colônia, palavras-chave.
d) Amores-perfeitos, guarda-roupas, almas-gêmeas.
Correção: ___________________________________________________________
  1. Leia:
Chico Bento: Ó pai!num conta mais história pre’eu drumi!
Pai : Pru que, fiu?
Chico Bento: Eu sempre acabo drumindo na metade! Fico sem sabe dos fim.
No final do diálogo, Chico Bento utilizou um substantivo, mas não fez a flexão de acordo com a norma culta, qual foi ele? Reescreva-o fazendo a alteração necessária.
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SÁBADO, 13 DE FEVEREIRO DE 2010

texto: o índio

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho

O índio

- Meu Deus,é ele!
Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor... ? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo,risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros ,que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida Paulista?
Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno adolescente pataxó.
A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem camisa com o umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha número "um" na mão, que sem delongas disse:
– Vim matricular meu filho.
E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias, certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os corredores do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:
– Mas é um índio mesmo?
Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava dois ou três, contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio, até que teve uma idéia: pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada. Curiosa com a situação, a funcionária questionou: – qual o problema para tanto barulho?
– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal, não sabemos que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim, precisamos de amparo legal. E se ele resolver vir nu estudar, será que podemos impedir?
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões, pelo japonês tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra coisa. Uma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa, disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a diretora, a supervisora de ensino e o delegado.
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
Edson Rodrigues dos Passos. In: Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.São Paulo. Ática, 2001.


1. Na escola, tudo corria tranquilamente. O que vem mudar esta situação?

2. Por que a diretora consultou os documentos citados no texto?

3. Em quais documentos a diretora poderia encontrar amparo legal para matricular o índio?

4. Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?

5. O menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito dele?

6. O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis Reebpk, calça jeans, walkman nas orelhas. A que cultura associamos os elementos citados?

7. Das frases abaixo, qual é a que mais se aproxima da questão cultural indígena tratada no texto?
a) É bom que todos tenham a oportunidade de partilhar os avanços tecnológicos.
b) É uma pena que os povos percam sua identidade.
c) Eu uso esses produtos, mas o índo usando é estranho.

8. A expressão brado retumbante aparece em um importante texto brasileiro. Você sabe qual?

9. Como o conflito se resolve no final?

10. Você acha normal a reação das pessoas ao ver um índio? Você também teria esta reação? Justifique sua resposta.

Texto: Os meninos morenos

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Os meninos morenos
Eu era um menino cor da terra. Não vou,porém, saber nunca de onde vieram os verdadeiros avós dos avós dos meus avós. Nisso, nós, os meninos brasileiros, somos diferentes dos meninos morenos da Guatemala, do México, da América Central ou de todo o planalto andino. Quando o homem branco chegou na minha terra, encontrou meninos com a carinha igual à todos os meninos que viviam nas florestas úmidas da América ou nas altas montanhas dos Andes. Depois, eles trouxeram os negros da África, que não queriam vir. E vieram também os árabes e outras gentes da Ásia. E todos se misturaram, sem registro e sem cartório.
E aqui ficamos todos da cor da nossa terra e viramos, todos, os brasileiros.
(...)
Quando eu estava
“Quando eu estava te esperando
sentia muita vontade
de comer terra;
Arrancava pedacinhos
De adobe das paredes
e comia.”
Esta confissão de minha mãe
Despedaçou meu coração.
Mamei leite de barro,
Por isso minha pele
É cor de barro.
Ziraldo, Os meninos morenos – com versos de Humberto Akabal.São Paulo: Melhoramentos, 2004.
1. Em que os meninos brasileiros são diferentes dos demais meninos da América Latina?
2. Quem era os avós dos avós dos avós dos meninos dos demais países da América Latina? Se necessário consulte um livro de história.
3. Por que o autor, mesmo sendo adulto, se inclui entre os meninos brasileiros?
4. Poema de Humberto Akabal acompanha o texto de Ziraldo. Há no poema duas vozes:
a) De quem são essas vozes?
b) Levantar hipóteses: Por que a confissão da mãe teria despedaçado o eu- lírico do poema?
5. A que etnia pertence o narrador do texto os meninos morenos?

SEXTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2009

O Lobo e o Cordeiro (Recontada por Monteiro Lobato)


Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.
─ Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes. ─ Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
─ Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
─ Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
─ Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
─ Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
─ Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razão de lobo faminto:
─ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.

Contra a força não há argumentos.
Monteiro Lobato

1. Qual a real intenção do lobo?

2. Como reage o cordeirinho diante das calúnias do lobo?

3. Quais as armas do lobo para se sair vitorioso?

4. Interprete o provérbio da fábula e escreva pelo menos duas outras frases que poderiam substituí-lo.

5. Se, de acordo com o ponto de vista do lobo, o forte sempre vence pois o mundo é dos espertos, como seria a história contada do ponto de vista do cordeiro??

6. Reescreva a história , criando um outro ponto de vista. Como o cordeiro poderia ganhar do lobo? Elabore então uma situação , um diálogo e a linha moral do final, pensando na perspectiva do cordeiro.

SÁBADO, 17 DE OUTUBRO DE 2009

NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Colégio Est. Gov. Luiz Viana Filho
Ensino Médio Série: 2ª


NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com idéias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.

(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)


Explorando o Texto:
1. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.

2. Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique.

3. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?

4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?

5. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?

6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?

7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?

8. Marque a alternativa correta.

(a) Os leitores no Brasil são em regra acomodados e afeitos a lugares-comuns, o que justifica uma literatura convencional e bacharelesca.

(b) Os escritores no Brasil têm o dever de se conformar aos padrões ideológicos e expressivos dominantes no nosso bacharelismo, ajudando a assegurar a continuidade do nosso status quo.

(c) O poder no Brasil é exercido de forma anacrônica e conservadora, traduzindo-se culturalmente em preguiçoso bacharelismo literário.

(d) O Brasil tem uma sociedade estável e, no fundamental, bem estruturada, propiciando uma literatura e uma cultura em que o lugar-comum não se torna vicioso, pois é expressão de um consenso ideológico mais geral.

SÁBADO, 26 DE SETEMBRO DE 2009

Simbá e o pássaro Roca


Colégio estadual Gov. Viana Filho
Disciplina Língua Portuguesa
Aluno(a)____________________________________



Simbá e o pássaro Roca

A história acontece há mais de mil anos... Simbá era filho de um rico comerciante da Pércia e morava em Bagdá.
Quando seu pai morreu, ele herdou uma grande fortuna. Mas logo gastou todo o dinheiro em banquetes e festas e, quando se deu conta, estava sem nenhum tostão. Então, Simbá começou uma vida de grandes aventuras marítimas, em que conheceu reinos riquíssimos e criaturas assombrosas.
Em uma dessas viagens, Simbá distraiu-se e não embarcou. Quando foi ver... o navio já estava longe.
Simbá saiu gritando pelos companheiros, mas não obteve resposta. Então, deu-se conta da tragédia: o navio já estava longe, no horizonte, e ele ficara sozinho na ilha.
Desesperado, ele gritou, acenou, bateu na cabeça e jogou-se no chão, chorando.
- Como sou estúpido! Estava tão bem em minha casa, em Bagdá. Como é que resolvi meter-me em uma complicação dessas?
Quando cansou de se lamentar, decidiu explorar o local. Percorreu toda à volta da ilha. Por fim, subiu em uma árvore bem alta e examinou o horizonte. Nenhuma outra terra ou navio, somente água e céu. Examinou melhor a ilha e acabou vendo uma coisa diferente. Ao longe, no meio de um descampado, havia uma mancha branca.
Simbá desceu da árvore e seguiu naquela direção. Ao se aproximar, viu que se tratava de uma grande bola branca. Era toda lisa e tinha várias vezes a sua altura. “Quem terá construído isso aqui, e para quê?, perguntou-se. “Deve ter alguma porta.”
Rodeou a construção e não viu porta alguma. Deu outra volta, para medi-la. Tinha cerca de cinqüenta passos de circunferência. Tentou escala-la, mas não conseguiu, pois a superfície da parede era escorregadia.
Parou para pensar no que fazer. Naquele momento, uma espécie de nuvem escondeu o sol. Ele olhou para cima e ficou assombrado com o que viu. Era um pássaro gigantesco que vinha voando em sua direção.
Na mesma hora, lembrou-se de histórias que tinha ouvido dos marinheiros. Eles garantiam que naquela região vivia um grande pássaro, que chamavam de Roca. Simbá compreendeu, então, o que estava acontecendo.
“Estou no ninho desse monstro voador”, pensou. “Essa grande bola é um ovo. Ele agora está vindo para chocá-lo.”


“As Mil e Uma Noites” – versão de Galland, apresentação de Malba Tahan. Ediouro.

1.Qual a situação de Simbá no início do texto?
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2.Qual a reação se Simbá ao ver o navio longe?
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3.O que fez depois que se acalmou?
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4.Depois de subir em uma árvore, que coisa Simbá viu ao longe e que chamou muito sua atenção?
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5.Chegando perto do estranho objeto, o que percebeu Simbá?
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6.E o que pensou Simbá?
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7.Enquanto Simbá pensava no que fazer, algo de surpreendente aconteceu. O que foi?
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8.Nesse momento, do que se lembrou Simbá?
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9.Retire do texto 10 verbos.
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10.Dê o tempo , a pessoa e o número do verbo.

a) Se a senhora pudesse ficar com eles enquanto eu desfilo.
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b) Minhas amigas ficariam loucas de inveja.
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c) Todo ano eu lhe fazia uma festa.
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d) Tratou, sim senhora.
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e) Nós brincamos o dia todo.
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f) Ana não fala mais nada.
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11.Identifique a conjugação a que pertence o verbo.

a) Eles foram cantar em outra freguesia.
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b) Paula não quer dever nada a ninguém.
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c) Tudo que ele fez foi partir.
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d) O menino não pretende dividir o doce com ninguém.
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SEGUNDA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2009

Olhai os lírios do campo - Texto



Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Aluno(a)...................................................................... Série......... Turma.........
“Se todos no mundo dessem o que lhes sobram, cada um teria o necessário”.
I - Texto:
Olhai os lírios do campo
Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços.
É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão.
Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.
(Érico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo)
II – Estudo do texto:
1- Os dramas, as injustiças e a incompreensão são males:
( ) de uma época passada.
( ) da época atual.
( ) de uma época futura.
2- Quando é que devemos fazer uma pausa para olhar os lírios do campo e as aves do céu?
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3- Por que é indispensável trabalhar?
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4- De quem é a tarefa de realizar um grande trabalho na terra?
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5- Explique com suas palavras, o sentido de:
a) Os homens se atiram à caça do dinheiro.
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b) Tudo nos cai do céu.
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c) Devemos conquistar o mundo não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor.
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d) De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
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6- O autor está valorizando mais o dinheiro ou as relações de criatura para criatura?
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SEXTA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO DE 2009

A ilha - José j. Veiga


Camilinho vivia desconfiado que a gente devia ter um lugar escondido,só nosso, e andava sempre atrás adulando, oferecendo brinquedos, me deu uma lente de óculo, tão forte que até acendia papel no sol. Às vezes me dava remorso de ver o bestinha brincando sozinho uns briquedos sem graça de botar besouro para carrear caixa de fósforo, fazer zorra que nunca zoava, ajuntar folha de folhinha; mas quando falei para Tenisão que a gente devia levar Camilinho ao menos uma vez pra ver os brinquedos da ilha, Tenisão deu na mala, disse que nem por um óculo, que ele era muito chorão, parecia moenda.
Acho que um dia Camilinho pombeou nós três e viu quando tiramos a jangada da moita e atravessamos para a ilha. Quando foi de noite, na porta da igreja, ele me perguntou onde a gente tinha ido na jangada, e outro dia na escola um tal de Estogildo, menino muito entojado que vivia passando rasteira nos outros, disse que ele também ia fazer uma jangada pra passear longe no rio. Depois eu vi Camilinho muito entretido com garrucha de taquara, dessas que jogam bucha de papel, uma mesma que eu tinha visto na mão de Estogildo. Eu não contei pra Tenisão pra ele não bater no Camilinho, porque de nós três ele era o que mais não gostava de Estogildo; mas aí eu principiei a desconfiar que o brinquedo na ilha ia acabar acabando?
E nem demorou muito, parece até que eles estavam só esperando uma vaza. Passamos uns dias sem ir lá porque Tenisão andou com dedo inchado com panariz,doía muito, foi preciso lancetar, e briquedo sem ele desanimava. Nesses dias a gente ia pra beira do rio e ficava olhando a ilha. De longe ela parecia mais bonita, mais importante. Quando vimos o fumaceiro corremos lá eu e Cedil, Tenisão ainda não podia.
Estava tudo espandogado, a casa, a usina, os postes arrancados, o monjolinho revirado. Cedil chorava de soluço, corria pra cima e pra baixo mostrando os estragos, chamando a ruindade. Eu quase chorei também só de ver a tristeza dele. Para nós a ilha era brinquedo, para ele era consolo.
(José J. Veiga, A ilha dos gatos pingados. 6ª ed., Rio de Janeiro. Civilizações Brasileiras,1974)

1. Responda as questões seguintes, com base no texto " A ilha"
a)Quem é o autor do texto?
b)Quem é o narrador?
c) Qual a diferença entre autor e narrador?
d) Para conhecer bem este texto, você precisa saber mais sobre o autor, a infância dele. Por quê?


2. No texto, qual a posição que o narrador assume?

a) Narrador-observador b) Narrador-personagem?


3. Quais os personagens que brincavam na ilha?


4. para compor o texto, o narrador selecionou um conjunto de ações, opinões, fatos e falas das personagens relacionadas a um assunto central. Qual é ele?

a)A destruição dos brinquedos da ilha.

b)A destruição da ilha.

c)O sofrimento de Cedil.

d) Um incêndio ocorrido na ilha.


5. O texto pode ser dividido em 4 partes. Dê um título pa
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SEXTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2010

Texto A descoberta do mundo

A descoberta do mundo

O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce , estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesmo, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria minha ignorância um modo sonso e inconsciente de me manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube coisas que nem eu mesma sei que sei.
As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.
Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. Só que também ela era um amenina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas por quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca iria me casar.
Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.
Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amo. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar um flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.
( Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115)
I- Compreensão e Interpretação de Texto

1.Como a narradora faz sua própria descrição? ____________________________________________________________________________________________________________________________
2.Por que o título do texto é “A descoberta do mundo”? Explique?
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3. De acordo com o contexto em que está inserido, a que a narradora-personagem se refere quando menciona “os fatos da vida”?
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4. Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos.

I – Fui precoce em muitas coisas.
II – Meu instinto precedera a minha inteligência.
III – O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto.
IV – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua?

a) atrasada/adiantou/insuportável/ dissimulado/compreensível.
b) adiantada/ surgiu depois/admirável/ fantástico/inteiro/atrevido.
c) prematura/surgiu antes/admirável/inteiro/dissimulado (x)
d) nenhuma das alternativas

5. Retire do texto duas locuções adverbiais, depois dê as circunstâncias que elas indicam.
________________________________________________________________________

6. Preencha o quadro com as informações pedidas sobre os verbos retirados do texto:

Verbo Infinitivo Conjugação Pessoa Número Tempo Modo
Quero
Estava
Chamam

7. Marque a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas de acordo com as novas regras ortográficas.

a) guarda-chuva/ para-quedas/ manda-chuva/ couve-flor
b) guarda-chuva/ paraquedas/ mandachuva/ couve-flo (x)
c) anti-inflamatório/ microônibus/ mal-criado/ autorretrato.
d) anti-inflamatório/ micro-ônibus/ mal-criado / auto-retrato
e)Maria-mole/ arco-íris/ microônibus/ autorretrato]

8. Leia a frase a seguir, depois reescreva passando para o futuro do subjuntivo:
“ ... populações inteiras abandonaram suas aldeias e cidadezinhas...”
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Texto: O baile

O baile
Levei um monte de tempo me vestindo. Não tinha roupa que servisse. Não gosto de festas, bailes menos ainda. A Morecy faz 13 anos. Eu não se que roupa a gente tem que pôr quando a melhor amiga da gente faz 13 anos. Pra falar a verdade, preferia te pego uma gripe e curtido febre na cama. Não pus o vestido verde porque fico com cara de defunto. O amarelo ficou dançando, acho que emagreci. Como sempre, acabei indo com o xadrezinho, que é meio manjado, mas me sinto bem.
Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho. Não gosto do meu cabelo liso e muito fino. Nem da minha cara sem pó de arroz. Mas também de pó de arroz não fico bem.
Acho que levei umas duas horas me aprontando. Cheguei tarde, todo mundo já estava lá. Tinha luz negra, um montão de gente dançando e eu encabulei vendo o Luiz do outro lado do salão, conversando com os amigos.
Fiquei de pé também, falando com Maria Luíza, aquela bem alta que todo mundo tia sempre pra dançar porque é linda, parece Dominique Sanda. Pegamos uns copos com guaraná e ficamos bebendo, enquanto ela me contava a briga que tinha tido com a D. Rita. Depois nós fomos dançar sozinhas mesmo. E na quarta música o Luiz veio falar comigo.
Foi daí que a gente saiu pro terraço e ele perguntou se eu gostava mesmo dele. Disse que sim. E é verdade, eu gosto um pouco dele. Então ele disse que se eu gostava mesmo era pra eu dar um beijo nele. Eu dei, no rosto. Ele disse que ali não valia, tinha que ser na boca. Ele falava e sorria, mas eu percebi que ele estava um pouco sem jeito, porque toda hora olhava pros lados, pra ver se não vinha ninguém.
Daí ele pegou na minha mão e depois me abraçou e ficou falando que gostava muito de mim, que eu tinha um cabelo bem macio, e eu pensei que poderia ser macio, mas era fino e liso demais. Daí ele disse que não gostava de menina que usava pintura, que ficava com cara de palhaço e que eu era bem natural. Foi bem essa palavra que ele usou: natural. Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele falar desse jeito. Aí ele foi chegando, me beijando o cabelo, a testa, descendo pelo nariz e eu deixando porque vinha subindo em mim um calor gostoso, uma espécie de moleza que eu nunca tinha sentido antes...
(Mirna Pinsky. Iniciação. Belo Horizonte, Comunicação, 1980)
I – Compreensão e Interpretação do Texto
1. Quem é a principal personagem do texto? Dê duas características dela.
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2. Como essa personagem se sente em relação à festa?
_______________________________________________________________
3. Por que a narradora demora “umas duas horas” para se arrumar para a festa?
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4. Marque a alternativa correta em relação ao(s) sentimento(s) que a narradora precisou vencer para ir ao baile.
I – Medo II – Angústia III – Pânico IV – Insegurança V – Euforia
a) Apenas a I está correta.
b) Apenas a II e III estão corretas.
c) Apenas A I e IV estão corretas.
d) Apenas a II e V estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
5. Muitas vezes o texto nos dá pista do tempo e do espaço da narração. Em sua opinião em que época este tipo de “paquera” ocorreu? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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II – Análise Linguística:
  1. Assinale a alternativa que contenham sublinhados, apenas, os determinantes do substantivo em negrito:
a) “Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho.”
b) “Daí ele pegou na minha mão...”
c) “Não gosto do meu cabelo liso e muito fino”. (x)
d) Nenhuma alternativa anterior.
  1. Leia as frases abaixo, depois classifique os pronomes grifados:
a) “ Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele fala desse jeito.”
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  1. Volte à questão anterior e responda:
a) Os pronomes destacados são do tipo que acompanham ou substituem os substantivos?
ELE ____________________________ DESSE ______________________
b) Quais são os substantivos que eles estão acompanhando ou substituindo? Se necessário volte ao texto “ O baile”.
ELE _____________________________ DESSE ______________________
  1. Marque a alternativa que contenha erro em relação à formação do plural dos substantivos compostos e, em seguida, faça as devidas correções:
a) Guarda-roupas, couves-flores, almas-gêmeas.
b) Guardas-roupa, couve-flores, alma-gêmeas.(x)
c) Guarda-chuvas, águas-de-colônia, palavras-chave.
d) Amores-perfeitos, guarda-roupas, almas-gêmeas.
Correção: ___________________________________________________________
  1. Leia:
Chico Bento: Ó pai!num conta mais história pre’eu drumi!
Pai : Pru que, fiu?
Chico Bento: Eu sempre acabo drumindo na metade! Fico sem sabe dos fim.
No final do diálogo, Chico Bento utilizou um substantivo, mas não fez a flexão de acordo com a norma culta, qual foi ele? Reescreva-o fazendo a alteração necessária.
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SÁBADO, 13 DE FEVEREIRO DE 2010

texto: o índio

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho

O índio

- Meu Deus,é ele!
Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor... ? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo,risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros ,que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida Paulista?
Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno adolescente pataxó.
A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem camisa com o umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha número "um" na mão, que sem delongas disse:
– Vim matricular meu filho.
E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias, certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os corredores do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:
– Mas é um índio mesmo?
Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava dois ou três, contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio, até que teve uma idéia: pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada. Curiosa com a situação, a funcionária questionou: – qual o problema para tanto barulho?
– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal, não sabemos que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim, precisamos de amparo legal. E se ele resolver vir nu estudar, será que podemos impedir?
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões, pelo japonês tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra coisa. Uma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa, disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a diretora, a supervisora de ensino e o delegado.
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
Edson Rodrigues dos Passos. In: Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.São Paulo. Ática, 2001.


1. Na escola, tudo corria tranquilamente. O que vem mudar esta situação?

2. Por que a diretora consultou os documentos citados no texto?

3. Em quais documentos a diretora poderia encontrar amparo legal para matricular o índio?

4. Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?

5. O menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito dele?

6. O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis Reebpk, calça jeans, walkman nas orelhas. A que cultura associamos os elementos citados?

7. Das frases abaixo, qual é a que mais se aproxima da questão cultural indígena tratada no texto?
a) É bom que todos tenham a oportunidade de partilhar os avanços tecnológicos.
b) É uma pena que os povos percam sua identidade.
c) Eu uso esses produtos, mas o índo usando é estranho.

8. A expressão brado retumbante aparece em um importante texto brasileiro. Você sabe qual?

9. Como o conflito se resolve no final?

10. Você acha normal a reação das pessoas ao ver um índio? Você também teria esta reação? Justifique sua resposta.

Texto: Os meninos morenos

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Os meninos morenos
Eu era um menino cor da terra. Não vou,porém, saber nunca de onde vieram os verdadeiros avós dos avós dos meus avós. Nisso, nós, os meninos brasileiros, somos diferentes dos meninos morenos da Guatemala, do México, da América Central ou de todo o planalto andino. Quando o homem branco chegou na minha terra, encontrou meninos com a carinha igual à todos os meninos que viviam nas florestas úmidas da América ou nas altas montanhas dos Andes. Depois, eles trouxeram os negros da África, que não queriam vir. E vieram também os árabes e outras gentes da Ásia. E todos se misturaram, sem registro e sem cartório.
E aqui ficamos todos da cor da nossa terra e viramos, todos, os brasileiros.
(...)
Quando eu estava
“Quando eu estava te esperando
sentia muita vontade
de comer terra;
Arrancava pedacinhos
De adobe das paredes
e comia.”
Esta confissão de minha mãe
Despedaçou meu coração.
Mamei leite de barro,
Por isso minha pele
É cor de barro.
Ziraldo, Os meninos morenos – com versos de Humberto Akabal.São Paulo: Melhoramentos, 2004.
1. Em que os meninos brasileiros são diferentes dos demais meninos da América Latina?
2. Quem era os avós dos avós dos avós dos meninos dos demais países da América Latina? Se necessário consulte um livro de história.
3. Por que o autor, mesmo sendo adulto, se inclui entre os meninos brasileiros?
4. Poema de Humberto Akabal acompanha o texto de Ziraldo. Há no poema duas vozes:
a) De quem são essas vozes?
b) Levantar hipóteses: Por que a confissão da mãe teria despedaçado o eu- lírico do poema?
5. A que etnia pertence o narrador do texto os meninos morenos?

SEXTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2009

O Lobo e o Cordeiro (Recontada por Monteiro Lobato)


Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.
─ Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes. ─ Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
─ Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
─ Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
─ Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
─ Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
─ Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razão de lobo faminto:
─ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.

Contra a força não há argumentos.
Monteiro Lobato

1. Qual a real intenção do lobo?

2. Como reage o cordeirinho diante das calúnias do lobo?

3. Quais as armas do lobo para se sair vitorioso?

4. Interprete o provérbio da fábula e escreva pelo menos duas outras frases que poderiam substituí-lo.

5. Se, de acordo com o ponto de vista do lobo, o forte sempre vence pois o mundo é dos espertos, como seria a história contada do ponto de vista do cordeiro??

6. Reescreva a história , criando um outro ponto de vista. Como o cordeiro poderia ganhar do lobo? Elabore então uma situação , um diálogo e a linha moral do final, pensando na perspectiva do cordeiro.

SÁBADO, 17 DE OUTUBRO DE 2009

NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Colégio Est. Gov. Luiz Viana Filho
Ensino Médio Série: 2ª


NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com idéias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.

(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)


Explorando o Texto:
1. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.

2. Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique.

3. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?

4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?

5. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?

6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?

7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?

8. Marque a alternativa correta.

(a) Os leitores no Brasil são em regra acomodados e afeitos a lugares-comuns, o que justifica uma literatura convencional e bacharelesca.

(b) Os escritores no Brasil têm o dever de se conformar aos padrões ideológicos e expressivos dominantes no nosso bacharelismo, ajudando a assegurar a continuidade do nosso status quo.

(c) O poder no Brasil é exercido de forma anacrônica e conservadora, traduzindo-se culturalmente em preguiçoso bacharelismo literário.

(d) O Brasil tem uma sociedade estável e, no fundamental, bem estruturada, propiciando uma literatura e uma cultura em que o lugar-comum não se torna vicioso, pois é expressão de um consenso ideológico mais geral.

SÁBADO, 26 DE SETEMBRO DE 2009

Simbá e o pássaro Roca


Colégio estadual Gov. Viana Filho
Disciplina Língua Portuguesa
Aluno(a)____________________________________



Simbá e o pássaro Roca

A história acontece há mais de mil anos... Simbá era filho de um rico comerciante da Pércia e morava em Bagdá.
Quando seu pai morreu, ele herdou uma grande fortuna. Mas logo gastou todo o dinheiro em banquetes e festas e, quando se deu conta, estava sem nenhum tostão. Então, Simbá começou uma vida de grandes aventuras marítimas, em que conheceu reinos riquíssimos e criaturas assombrosas.
Em uma dessas viagens, Simbá distraiu-se e não embarcou. Quando foi ver... o navio já estava longe.
Simbá saiu gritando pelos companheiros, mas não obteve resposta. Então, deu-se conta da tragédia: o navio já estava longe, no horizonte, e ele ficara sozinho na ilha.
Desesperado, ele gritou, acenou, bateu na cabeça e jogou-se no chão, chorando.
- Como sou estúpido! Estava tão bem em minha casa, em Bagdá. Como é que resolvi meter-me em uma complicação dessas?
Quando cansou de se lamentar, decidiu explorar o local. Percorreu toda à volta da ilha. Por fim, subiu em uma árvore bem alta e examinou o horizonte. Nenhuma outra terra ou navio, somente água e céu. Examinou melhor a ilha e acabou vendo uma coisa diferente. Ao longe, no meio de um descampado, havia uma mancha branca.
Simbá desceu da árvore e seguiu naquela direção. Ao se aproximar, viu que se tratava de uma grande bola branca. Era toda lisa e tinha várias vezes a sua altura. “Quem terá construído isso aqui, e para quê?, perguntou-se. “Deve ter alguma porta.”
Rodeou a construção e não viu porta alguma. Deu outra volta, para medi-la. Tinha cerca de cinqüenta passos de circunferência. Tentou escala-la, mas não conseguiu, pois a superfície da parede era escorregadia.
Parou para pensar no que fazer. Naquele momento, uma espécie de nuvem escondeu o sol. Ele olhou para cima e ficou assombrado com o que viu. Era um pássaro gigantesco que vinha voando em sua direção.
Na mesma hora, lembrou-se de histórias que tinha ouvido dos marinheiros. Eles garantiam que naquela região vivia um grande pássaro, que chamavam de Roca. Simbá compreendeu, então, o que estava acontecendo.
“Estou no ninho desse monstro voador”, pensou. “Essa grande bola é um ovo. Ele agora está vindo para chocá-lo.”


“As Mil e Uma Noites” – versão de Galland, apresentação de Malba Tahan. Ediouro.

1.Qual a situação de Simbá no início do texto?
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2.Qual a reação se Simbá ao ver o navio longe?
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3.O que fez depois que se acalmou?
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4.Depois de subir em uma árvore, que coisa Simbá viu ao longe e que chamou muito sua atenção?
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5.Chegando perto do estranho objeto, o que percebeu Simbá?
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6.E o que pensou Simbá?
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7.Enquanto Simbá pensava no que fazer, algo de surpreendente aconteceu. O que foi?
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8.Nesse momento, do que se lembrou Simbá?
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9.Retire do texto 10 verbos.
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10.Dê o tempo , a pessoa e o número do verbo.

a) Se a senhora pudesse ficar com eles enquanto eu desfilo.
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b) Minhas amigas ficariam loucas de inveja.
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c) Todo ano eu lhe fazia uma festa.
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d) Tratou, sim senhora.
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e) Nós brincamos o dia todo.
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f) Ana não fala mais nada.
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11.Identifique a conjugação a que pertence o verbo.

a) Eles foram cantar em outra freguesia.
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b) Paula não quer dever nada a ninguém.
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c) Tudo que ele fez foi partir.
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d) O menino não pretende dividir o doce com ninguém.
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SEGUNDA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2009

Olhai os lírios do campo - Texto



Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Aluno(a)...................................................................... Série......... Turma.........
“Se todos no mundo dessem o que lhes sobram, cada um teria o necessário”.
I - Texto:
Olhai os lírios do campo
Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços.
É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão.
Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação.
(Érico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo)
II – Estudo do texto:
1- Os dramas, as injustiças e a incompreensão são males:
( ) de uma época passada.
( ) da época atual.
( ) de uma época futura.
2- Quando é que devemos fazer uma pausa para olhar os lírios do campo e as aves do céu?
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3- Por que é indispensável trabalhar?
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4- De quem é a tarefa de realizar um grande trabalho na terra?
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5- Explique com suas palavras, o sentido de:
a) Os homens se atiram à caça do dinheiro.
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b) Tudo nos cai do céu.
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c) Devemos conquistar o mundo não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor.
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d) De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
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6- O autor está valorizando mais o dinheiro ou as relações de criatura para criatura?
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SEXTA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO DE 2009






























A ilha - José j. Veiga


Camilinho vivia desconfiado que a gente devia ter um lugar escondido,só nosso, e andava sempre atrás adulando, oferecendo brinquedos, me deu uma lente de óculo, tão forte que até acendia papel no sol. Às vezes me dava remorso de ver o bestinha brincando sozinho uns briquedos sem graça de botar besouro para carrear caixa de fósforo, fazer zorra que nunca zoava, ajuntar folha de folhinha; mas quando falei para Tenisão que a gente devia levar Camilinho ao menos uma vez pra ver os brinquedos da ilha, Tenisão deu na mala, disse que nem por um óculo, que ele era muito chorão, parecia moenda.
Acho que um dia Camilinho pombeou nós três e viu quando tiramos a jangada da moita e atravessamos para a ilha. Quando foi de noite, na porta da igreja, ele me perguntou onde a gente tinha ido na jangada, e outro dia na escola um tal de Estogildo, menino muito entojado que vivia passando rasteira nos outros, disse que ele também ia fazer uma jangada pra passear longe no rio. Depois eu vi Camilinho muito entretido com garrucha de taquara, dessas que jogam bucha de papel, uma mesma que eu tinha visto na mão de Estogildo. Eu não contei pra Tenisão pra ele não bater no Camilinho, porque de nós três ele era o que mais não gostava de Estogildo; mas aí eu principiei a desconfiar que o brinquedo na ilha ia acabar acabando?
E nem demorou muito, parece até que eles estavam só esperando uma vaza. Passamos uns dias sem ir lá porque Tenisão andou com dedo inchado com panariz,doía muito, foi preciso lancetar, e briquedo sem ele desanimava. Nesses dias a gente ia pra beira do rio e ficava olhando a ilha. De longe ela parecia mais bonita, mais importante. Quando vimos o fumaceiro corremos lá eu e Cedil, Tenisão ainda não podia.
Estava tudo espandogado, a casa, a usina, os postes arrancados, o monjolinho revirado. Cedil chorava de soluço, corria pra cima e pra baixo mostrando os estragos, chamando a ruindade. Eu quase chorei também só de ver a tristeza dele. Para nós a ilha era brinquedo, para ele era consolo.
(José J. Veiga, A ilha dos gatos pingados. 6ª ed., Rio de Janeiro. Civilizações Brasileiras,1974)

1. Responda as questões seguintes, com base no texto " A ilha"
a)Quem é o autor do texto?
b)Quem é o narrador?
c) Qual a diferença entre autor e narrador?
d) Para conhecer bem este texto, você precisa saber mais sobre o autor, a infância dele. Por quê?


2. No texto, qual a posição que o narrador assume?

a) Narrador-observador b) Narrador-personagem?


3. Quais os personagens que brincavam na ilha?


4. para compor o texto, o narrador selecionou um conjunto de ações, opinões, fatos e falas das personagens relacionadas a um assunto central. Qual é ele?

a)A destruição dos brinquedos da ilha.

b)A destruição da ilha.

c)O sofrimento de Cedil.

d) Um incêndio ocorrido na ilha.


5. O texto pode ser dividido em 4 partes. Dê um título para cada parte.


6. Com que objetivo Camilinho dava presente para o narrador?


7. Por que Tenisão não aceitou que Camilinho fosse ver os brinquedos da ilha?
8. Na sua opinião, porque a ilha para Cedil era um consolo?ra cada parte.


6. Com que objetivo Camilinho dava presente para o narrador?


7. Por que Tenisão não aceitou que Camilinho fosse ver os brinquedos da ilha?

8. Na sua opinião, porque a ilha para Cedil era um consolo?

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